Grupo de WhatsApp é aliado de motoentregadoras para vencerem desafios nas ruas de Campo Grande

Sabe aquele grupo nas redes sociais com pessoas que você sempre pode contar? Quando o assunto é se ajudar, as motoentregadoras de Campo Grande já sabem o canal para isso: um grupo no WhatsApp composto apenas por mulheres que exercem a profissão. Nele, dicas são compartilhadas e situações de emergências são atendidas.
Nomeado ‘É as gurias 067’, o grupo no WhatsApp reúne, atualmente, 114 mulheres que trabalham como motoentregadoras na capital. E não tem restrições quanto à plataforma de entrega, vale ser cadastrada no Ifood, Help, Muralha, entre outras. Até mesmo quem faz freelancer para lanchonetes da cidade pode participar da comunidade.
Laiza da Silva Fagundes, 21 anos, é uma das integrantes do grupo. A entregadora conta que o intuito é oferecer um suporte para as demais profissionais, que encaram as adversidades do trânsito todos os dias. O grupo fez tanto sucesso, que ganhou uma página de mesmo nome no Instagram.
“O intuito do grupo é dar dicas e ajudar, por exemplo, em caso de emergência. Se uma não conseguiu ir, a outra consegue. Além disso, conversarmos sobre o que nós mulheres passamos”, explica Laiza.
Além desse suporte, a interação acaba virando amizade. Isso porque os assuntos conversados ultrapassam as barreiras da profissão. “Todo mundo faz amizade nos grupos, a gente conversa sobre as entregas, sobre moto, sobre assuntos que nós mulheres entendemos. É uma interação surreal”, conta a motoentregadora.
“É muito difícil trabalhar nesse ramo. Tem a questão de trânsito, questão de clientes, tudo é difícil. Eu acho uma profissão boa, dá para tirar um dinheiro legal, mas é bem perigoso”, ressalta Laiza.
Grupos oferecem vagas e suporte
Além da comunidade específica para mulheres, existem outros grupos gerais, ou seja, sem especificação de gênero, para motoentregadores da capital. Francilene Silveira Nunes, 40 anos, é uma das ‘motogirls’ que participa de vários grupos de entregadores de Campo Grande, muitos deles com o intuito de divulgar as oportunidades de trabalho.
“Participo de vários grupos de motoentregadores, onde o propósito são ofertas de vagas para free, frete e fixo. Nos grupos participam motoboys e motogirls, assim como empresários da capital, que oferecem suas ofertas de vagas. O mais conhecido e organizado se chama ‘Eu faço o corre’, um grupo formado apenas para vagas”, explica.
Francilene conta que quando um integrante do grupo precisa de ajuda com entrega ou com a moto, os outros participantes se prontificam. Ela mesma já contou com o auxílio de um amigo que fez no grupo.
“Uma vez minha moto estragou, e eu estava fazendo um free numa pizzaria. Já era bem tarde e na região já não tinha muito movimento de pessoas circulando. Mas, logo apareceu um colega desse grupo que se propôs a me ajudar. Só conversávamos no grupo. Então, perdi um motor de partida, mas ganhei um grande amigo”, conta a entregadora.
Há quatro anos na profissão, Francilene considera o trabalho arriscado, por isso, é preciso gostar do que faz. Segundo ela, os desafios existem no dia a dia, mas no fim das contas, o trabalho é gratificante.
“Já passei por muitos desafios, como pneu que fura na madrugada, chuva intensa em vias lamacentas, e os engraçadinhos no trânsito com falta de respeito. Para estar em uma das profissões mais perigosas do mundo, o profissional tem que gostar, pois todo dia é um novo desafio. Mas é gratificante fazer o que eu gosto e entregar para o cliente o que ele precisa”, explica.

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