O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou, em portaria do DOU (Diário Oficial da União) desta sexta-feira (30), a nova superintendente do Meio Ambiente em Mato Grosso do Sul. Joanice Lube Battilani foi a escolhida. A nomeação acontece em meio a denúncias de desmatamentos no Pantanal.

Conforme a publicação, assinada pela Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Joanice foi nomeada para exercer cargo comissionado com salário de R$ 11.306,90, de acordo com o código da função.

“Nomear JOANICE LUBE BATTILANI, para exercer o Cargo Comissionado Executivo de Superintendente, código CCE 1.13, da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, no estado do Mato Grosso do Sul”, diz publicação.

Joanice é graduada em Ciências com Habilitação em Biologia pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), é mestra em Ecologia e Conservação e doutorado em Ecologia e Conservação pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Atualmente exerce as funções de Analista Ambiental e Agente Ambiental Federal na Superintendência do Ibama em MS.

Em Mato Grosso do Sul, Pantanal tem desmatamento e rota de crime

Em série de reportagens publicadas nas últimas semanas, o Jornal Midiamax revela detalhes do desmatamento que avança no Pantanal. O bioma, em algumas regiões, se tornou rota do crime.

Diante das denúncias, a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) criou uma comissão para investigar os crimes ambientais.

Uma das partes até então mais preservadas do bioma pantaneiro, na Nhecolândia se vê cada vez menos as lentas e pouco agressivas comitivas que transportavam boiadas gigantescas de uma parte a outra. Agora convive com o vai e vem descuidado de caminhões boiadeiros, chamados de ‘uber do boi’.

O avanço da cria e recria, que contempla a pecuária moderna em Mato Grosso do Sul, também coloca o Pantanal em risco.

A produção do gado em ritmo industrial, que produz cada vez mais gado no menor tempo possível, atrai os ‘novos donos’ para a vastidão intocada do Pantanal. Eles têm comprado cada vez mais terra no Pantanal, tirando do controle os fazendeiros tradicionais, que aprenderam a conciliar a pecuária extensiva com a preservação do ambiente nos últimos 80 anos.

Foi assim que uma área de aproximadamente 6 mil hectares caiu nas mãos do empreiteiro André Luis dos Santos. Ele mesmo foi contratado pelo Governo de Mato Grosso do Sul para construir a MS-228, e usou os mesmos equipamentos para desmatar 1.300 hectares da área que comprou ao lado da nova rodovia.

Quem deveria atuar na preservação, como o MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), reclama que falta legislação capaz de frear os ímpetos destrutivos de quem quer lucrar no Pantanal o máximo possível no menor tempo possível.