Para deputado federal, indígenas têm vivido perseguição e ataques: ‘precisam ser rigorosamente apurados’
Um indígena foi morto durante ação de retomada em Amambai
Fábio Oruê –
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O deputado federal Vander Loubet (PT) comentou, neste domingo (26), sobre os recentes confrontos entre indígenas e a PM (Polícia Militar), em Amambai, que deixaram policiais e índios feridos e resultou na morte do Guarani Kaiowá, Vitor Fernandes, 42 anos.
“O episódio que vimos na última sexta-feira precisa ser esclarecido. A motivação desse confronto precisa ser esclarecida. Eventuais abusos ou usos desmedidos de força contra os indígenas precisam ser rigorosamente apurados”, disse, em nota.
Para ele, os povos indígenas, de Mato Grosso do Sul e do Brasil, tem vivido um período de perseguição e ataque por conta do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Da mesma opinião compartilha seu colega de partido, deputado Pedro Kemp.
“Já solicitei ao governador Reinaldo Azambuja uma audiência para que a gente possa discutir o caso. Nosso objetivo é buscar uma solução pacífica para a situação, que permita a proteção dos direitos dos indígenas e o bem estar dessas comunidades”, finaliza o texto.
Morte de indígena
Na última sexta-feira (24), Vitor foi morto durante retomada de terra em Amambai, em ação de policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul no território Guapoy, área de retomada dos Guarani Kaiowá.
O corpo de Vitor é velado na Aldeia de Amambai, que está em luto pela perda. A tradição é de que o corpo seja sepultado no local onde ocorreu a morte.
A cova já foi até mesmo aberta, porém, os indígenas temem não conseguir seguir o costume e que o sepultamento seja impedido, já que as tensões continuam no local.
Ação em Amambai
Desde o dia 19 de junho, a aldeia indígena de Amambai pedia apoio para providências na área de retomada, por questões de conflitos internos. Os problemas antecederam a invasão a uma propriedade rural no dia 23 deste mês e conflito com policiais militares, que resultou na morte do indígena.
Já no dia 23, marco das primeiras movimentações na Fazenda Borda da Mata, ofício foi encaminhado para a Funai (Fundação Nacional do Índio), MPF (Ministério Público) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). No pedido, foi reforçada a situação de conflito interno na aldeia.
A ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar aconteceu após indígenas da etnia Guarani e Kaiowá retomarem uma parte do território de Guapoy, em Amambai. Os militares foram enviados à região e houve conflito.
Pelo menos nove indígenas ficaram feridos e um acabou morrendo. Foi confirmada a morte do indígena Vitor Fernandes. Três policiais militares tiveram ferimentos e foram atendidos no hospital da cidade.
Neste domingo (26), o MPF (Ministério Público Federal) deu um prazo de 72h para órgãos e entidades oficiais para o envio de informações sobre o confronto. Em nota, o MPF diz que uma perícia antropológica será feita na retomada Guapoy entre os dias 28 de junho e 1º de julho. A perícia será conduzida por analista em antropologia do ministério.
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