Em pré-campanha, vereadora cria petição contra tarifa de R$ 6,16 para ônibus em Campo Grande
Petição foi aberta após paralisação dos ônibus em Campo Grande e anúncio de possível reajuste da tarifa
Dândara Genelhú –
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Após o Consórcio Guaicurus pedir reajuste da tarifa do transporte coletivo para R$ 6,16, foi aberta uma petição para barrar o aumento da passagem de ônibus em Campo Grande. O abaixo-assinado é de autoria da vereadora Camila Jara (PT), pré-candidata a deputada federal nas Eleições de 2022.
“Ônibus atrasados, linhas canceladas, veículos lotados”, aponta a petição. No texto de apresentação, a vereadora lembra que “em novembro do ano passado, o Consórcio Guaicurus aceitou manter a tarifa de ônibus congelada em troca de isenção fiscal”.
Contudo, afirma que “agora eles querem voltar atrás”. Em pré-campanha para deputada federal, Camila aparece ao lado do texto com um vídeo onde anda de transporte coletivo na Capital.
Petição e a greve
Ao Jornal Midiamax, um trabalhador do Consórcio afirmou que o grupo foi ‘apedrejado’ devido à paralisação. No entanto, justificou que a greve da terça-feira (21) foi adotada para que tivessem o salário pago.
“Trabalhamos muito duro e não estão pagando nosso salário e temos família e conta pra honrar”, relatou. Além disso, o trabalhador apontou que “tudo está acontecendo porque tem politico roubando dinheiro do Consórcio Guaicurus para fazer campanha e a empresa está sem dinheiro para nos pagar”.
Assim, a fonte — que preferiu não ser identificada — disse que os trabalhadores do Consórcio apoiam a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). “Para que descubram pra onde está indo tantos milhões de reais que estão sumindo nos cofres das empresas”.
CPI que não vinga
Com a paralisação, vereadores voltaram a pedir uma CPI para investigar o contrato com o Consórcio Guaicurus. Porém, outras iniciativas de instauração da Comissão já foram barradas na Câmara de Campo Grande.
No início deste ano, o Consórcio pediu reajuste da tarifa cobrado dos cidadãos para R$ 5,15. Assim, foi feito novo pedido de CPI para investigação da empresa responsável pelo transporte público de Campo Grande.
Na mesma época, a Casa de Leis recebeu dois projetos do Executivo para garantir R$ 4,40 de custo aos cidadãos e tarifa técnica em R$ 5,15. Um deles concedeu isenção do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) à concessionária do transporte coletivo, além do perdão de dívida de R$ 1 milhão com o imposto, referente a 2021.
Outra medida reservou R$ 12 milhões para repasse de R$ 1 milhão por mês ao Consórcio Guaicurus. O aporte serve para bancar as gratuidades concedidas em legislações municipais, como as dos estudantes da Reme (Rede Municipal de Ensino), ostomizados, presidentes de bairros.
O pedido das investigações foi feito pelo vereador professor André Luis (Rede), em fevereiro. No entanto, a CPI não vingou e foi considerada como ‘burrice’ pelo presidente da Câmara, vereador Carlos Augusto Borges (PSB).
Carlão afirmou que era preciso aguardar um pouco mais para abrir a CPI. “Dar um aporte de quase R$ 2 milhões para salvar o consórcio e ao mesmo tempo abrir uma CPI para investigação, é sinal que estamos atestando burrice, porque se estamos dando ajuda, é porque o consórcio está em situação difícil”, defendeu na época.
Aumento da tarifa
Atualmente, a tarifa de ônibus custa R$ 4,40 aos usuários e a tarifa técnica em R$ 5,15. Conforme solicita o consórcio, o valor do vale-transporte poderia superar os R$ 6,16. O valor é R$ 1,01 acima da tarifa técnica em vigor na Capital desde janeiro.
Advogado que representa as empresas do transporte, André Borges afirma que o valor superior a R$ 6 já foi apresentado pela própria Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) em reunião realizada há duas semanas. Segundo o advogado, diante de queda de usuários e aumento de custo, como o óleo diesel, a tarifa atual estaria defasada.
Diretor-presidente da Agereg, Odilon Júnior disse ao Jornal Midiamax que nenhum processo foi aberto pela Agereg para tratar sobre reajuste de tarifa, que só é discutido no fim do ano. “Eles que fizeram o cálculo por conta própria”, disse o secretário.
O assunto será novamente discutido na reunião da próxima sexta-feira (24) entre a prefeitura e o Consórcio.
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