Após escândalo sexual de Marquinhos, família Trad sai das eleições de 2022 com 3 derrotados

Marquinhos, Fabio e Otávio saíram derrotados nas urnas nestas eleições

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Marquinhos Trad durante convenção do PSD (Henrique Arakaki, Midiamax)

Escândalos sexuais envolvendo o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), que concorreu como candidato ao governo de Mato Grosso do Sul nas eleições deste domingo (2), impactaram nas urnas e nenhum dos candidatos da família Trad conseguiu se eleger.

Com nomes para diversos cargos, a família Trad deixou os três membros que eram candidatos derrotados. Marquinhos, que deixou a prefeitura de Campo Grande em abril para se lançar à campanha de governador, viu os números caírem conforme o inquérito que investiga supostos assédios sexuais avançava na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

A perspectiva de campanha do candidato era chegar ao 2º turno, mas o resultado das eleições 2022 colocaram Marquinhos Trad em 6ª lugar, com 8,67%, um total de 124.624 votos.

Outro nome que ficou de fora foi o do irmão de Marquinhos, Fábio Trad (PSD), que obteve 43.880 votos para deputado federal. Porém, a coligação a qual faz parte, do PSD, não obteve votos suficientes para conseguir uma cadeira na Câmara Federal. Dessa forma, não entra nem como suplente.

O sobrinho de Marquinhos, Otávio Trad (PSD), que é vereador e tentou uma vaga na Assembleia Legislativa, também não conseguiu se eleger. Ele obteve 8.891 votos e vai continuar na Câmara.

Denúncias de assédio sexual abalaram campanha

As denúncias vieram à tona no fim de julho, dias antes do PSD lançar a candidatura de Marquinhos Trad para o governo de MS. Na ocasião, Trad confirmou adultérios, mas negou o assédio, alegando que tudo faria parte de uma ‘armação política’.

O inquérito policial trata dos crimes de estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, assédio sexual, importunação sexual, perseguição, posse sexual mediante fraude e vias de fato.

Após o primeiro registro feito por uma das vítimas, na Corregedoria da Polícia Civil, outras mulheres procuraram a Deam para fazer denúncias de assédio. Em coletiva no dia 26 de julho, a delegada do caso, Maíra Pacheco, afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito.

No entanto, conforme a delegada, tudo seria investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por falso testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.

Intimado duas vezes para depor

Marquinhos Trad foi intimado para prestar um primeiro depoimento na Deam, mas não compareceu. Ao invés disso, momentos antes do horário marcado – 14 horas – a defesa apresentou documento em que solicitava o adiamento, para data posterior à eleição.

Já no dia seguinte, o candidato foi intimado novamente pela Polícia Civil em Dourados, onde cumpria agenda fazendo uma caminhada, em campanha eleitoral. Ele mais uma vez se negou a prestar depoimento, alegando que está com agenda cheia e que só poderá comparecer após o dia 2 de outubro.

Ainda na sexta-feira (23), decisão judicial concedeu habeas corpus ao candidato, para que não fosse obrigado a comparecer na Deam. Isso, embora já tivesse sido intimado duas vezes e o não comparecimento implicasse crime de desobediência, sujeito à condução coercitiva.

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