Nesta quinta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou uma declaração à nação. Após as manifestações do 7 de setembro, o presidente sofreu diversas represálias de partidos e nomes políticos. Conforme divulgado pela CNN, o texto publicado por Bolsonaro foi escrito pelo ex-presidente Michel Temer. Essa informação ainda não foi confirmada oficialmente por Temer ou pelo Palácio do Planalto

Uma das bandeiras levantadas nos atos pró-Bolsonaro em 7 de setembro era a queda do STF (Supremo Tribunal Federal). Durante as manifestações, o presidente se posicionou em discurso, que gerou resposta do presidente do Supremo, ministro Luiz Fux.

“Ninguém, ninguém fechará essa Corte, nós permaneceremos em pé”, afirmou o ministro. Em discurso firme, o presidente da Corte disse que é preciso ficar atento aos “falsos profetas do patriotismo”.

Nesta quarta-feira (8), o PSL (Partido Social Liberal) e o DEM (Democratas) publicaram nota criticando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devido ao discurso feito no Dia da Proclamação da República. Além deles, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) anunciou por unanimidade oposição ao governo Bolsonaro.

Assim, nesta quinta-feira (9), o presidente voltou atrás e disse que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. No entanto, afirmou que muitas divergências estão relacionadas aos conflitos “de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro no âmbito do inquérito das fake news”.

Sobre as manifestações públicas que geraram repúdio, declarou que suas palavras “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

Confira a nota na íntegra:

“Declaração à Nação

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

Jair Bolsonaro

Presidente da República federativa do Brasil'