#Retrospectiva 2020: Em ano de pandemia, Marquinhos manteve time e foi reeleito em 1º turno
A pandemia do coronavírus deixou indecisão sobre as eleições pelo menos até julho deste ano. Porém, o ano eleitoral do prefeito reeleito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), começou antes da covid-19 chegar em Mato Grosso do Sul. O prefeito começou 2020 com indefinições sobre as alianças que estavam construídas e movimentações na Câmara Municipal. Com […]
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A pandemia do coronavírus deixou indecisão sobre as eleições pelo menos até julho deste ano. Porém, o ano eleitoral do prefeito reeleito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), começou antes da covid-19 chegar em Mato Grosso do Sul. O prefeito começou 2020 com indefinições sobre as alianças que estavam construídas e movimentações na Câmara Municipal. Com a chegada do coronavírus, Marquinhos, assim como outros prefeitos, teve que focar nas medidas para conter o avanço do vírus.
Além da “pausa” na política, a covid-19 também trouxe a incerteza das eleições em 2020. De março até agosto, o assunto que dominou o ‘ano eleitoral’ foi o vírus e poucas maquinações políticas foram feitas, além de cogitações e pré-lançamento de candidaturas.
Tucanos apagados
Em janeiro, o ‘acordo’ entre o PSD de Trad com o PSDB do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja balançou após ordens da direção nacional do partido, para a sigla ter candidato em todas as cidades do país com mais de 100 mil eleitores.
A ordem da nacional era a sinalização que faltava para líderes tucanos que tinham vontade de concorrer em 2020, mas a aliança era dada como certa após o apoio do prefeito de Campo Grande ao tucano nas eleições de 2018, que foi fundamental para a manutenção de Azambuja no comando no Parque dos Poderes.
Azambuja chegou a declarar publicamente que o PSDB iria retribuir endossando Marquinhos em 2020. Porém, não houve recíproca, já que o prefeito várias vezes afirmou que não tinha feito acordo com os tucanos. Envolvido em escândalos políticos com a Operação Vostok, Reinaldo se afastou das eleições para evitar afundar chapas compostas pelo PSDB.
Atrito político
Ainda sem falar muito sobre seu destino político, Marquinhos comentou sobre possíveis estratégias políticas do MDB, que havia lançado Márcio Fernandes como pré-candidato à prefeitura da Capital.
Trad disse que acreditava que o ex-governador André Puccinelli (MDB) poderia ser o real candidato do partido para disputar as eleições e acrescentou que, caso fosse, esperava uma eleição de alto nível.
Prefeito considerou Marcio Fernandes como ‘cortina de fumaça’. “Da outra vez, ele [Puccinelli] anunciou que era candidato e deu problema jurídico. Dessa vez, eu acho que ele vai querer passar despercebido para não chamar atenção e da noite para o dia vai lançar a candidatura. Esse é meu palpite”, declarou ele, em fevereiro.
Márcio Fernandes rebateu Trad. “A minha pré-candidatura é fato. Quem ignora, demonstra o desprezo por uma disputa democrática”, afirmou o deputado emedebista.
Start na corrida eleitoral
Marquinhos, que foi eleito em 2016, derrotando a então vice-governadora de Mato Grosso do Sul, Rose Modesto (PSDB), chegou a declarar ser contrário à reeleição, mas voltou atrás no ano passado.
Em setembro deste ano, após a confirmação do adiamento das eleições para 15 e 29 de novembro – primeiro e segundo turno, respectivamente -, o PSD confirmou o nome do atual prefeito para disputar a reeleição. Adriane Lopes, do Patriota, foi mantida como vice na chapa.
Com o limite estabelecido no novo calendário eleitoral, lives e aparições frequentes nas redes sociais do prefeito foram suspensas temporariamente, devido às restrições impostas pela Justiça Eleitoral.
Na época, próximo do aniversário de Campo Grande, apenas publicações sobre a comemoração e outras medidas do município foram divulgadas, sem a participação do chefe do Executivo Municipal.
Concorrentes
Marquinhos disputou o cargo máximo do Executivo Municipal contra outros 13 candidatos, alguns novos nomes e outros já
conhecidos. Cris Duarte (PSOL), Dagoberto Nogueira (PDT), Delegada Sidnéia Tobias (Pode), Esacheu Nascimento (PP), Guto Scarpanti (Novo), João Henrique Catan (PL), Marcelo Bluma (PV), Marcelo Miglioli (Solidariedade), Marcio Fernandes (MDB), Paulo Matos (PSC), Pedro Kemp (PT), Sergio Harfouche (Avante) e Vinicius Siqueira (PSL) foram o concorrentes do atual prefeito.
Mesmo com a candidatura indeferida, Harfouche concorreu ao cargo pois o processo ainda estava sendo julgado. Os candidatos Thiago Assad (PCO) e Loester Trutis (PSL) chegaram a tentar registrar as candidaturas, mas tiveram os pedidos indeferidos.
Campanha
Buscando a reeleição, Marquinhos Trad lançou um site com a biografia, propostas e metas cumpridas durante a ocupação no cargo. Trad teve reuniões com apoiadores e candidatos a vereador nas regiões urbanas do Prosa, Lagoa, Segredo, Bandeira e Imbirussu, em sua agenda de campanha.
A coligação “Avançar e Fazer Mais”, (PSD, Patriota, PC do B, PSDB, PTB, Rede, PSB, Cidadania, Republicanos e Democratas), encabeçada por Trad, teve 3 minutos e 10 segundos diários de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio, a única com mais de 3 minutos de tempo por dia.
Já próximo do dia da eleição, o prefeito disse que sua equipe estava mais experiente e comprometida com os projetos da cidade e que ele continuaria a campanha sem falar mal de ninguém e mostrando o que realizaram e vão realizar.
Os candidatos a prefeito de Campo Grande foram unânimes na avaliação de que as redes sociais seriam protagonistas nesta campanha. E de fato foram, mas o uso delas gerou diversas ações no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de MS), com pedidos de direito de resposta e exclusão de publicações.
Reeleição o 1º turno
Campo Grande voltou a eleger um prefeito em primeiro turno após 12 anos. Marquinhos recebeu 218.418 votos e, assim, garantiu 52,58% do eleitorado, deixando 14 adversários para trás.
O último eleito prefeito em primeiro turno na Capital havia sido Nelsinho Trad, então no PMDB, que venceu Pedro Teruel (PT) com 71,41% dos votos em 2008.
No último pleito, em 2016, Rose Modesto (PSDB) levou a disputa ao segundo turno, mas perdeu para Marquinhos, que garantiu 58,77% da preferência dos eleitores.
Neste ano, em segundo lugar, Sérgio Harfouche (Avante) recebeu 11,58% (48.094 votos) e Pedro Kemp (PT), em terceiro, com 8,32% (34.546 votos).
O prefeito reeleito acompanhou a apuração na casa de sua mãe. Ao agradecer apoio na campanha em seu comitê, no domingo de eleição, Marquinhos afirmou que estava em sua sétima eleição, comemorando a sétima vitória. “Estou em minha sétima eleição e estive sete vezes em primeiro lugar, então agora é só agradecer a Deus”, afirmou.
Sobre os vereadores eleitos, Marquinhos afirmou que trabalhará em esforço conjunto e também conta com o trabalho deles. “A população que escolheu. Então, quem entrar, que faça o melhor para a cidade”.
Quase semana depois, o TRE-MS finalizou a totalização das Eleições 2020. Na divulgação da Justiça Eleitoral, Sérgio Harfouche apareceu com zero votos. Com isso, a porcentagem de Marquinhos subiu para 59,46%.
O nome de Harfouche apareceu nas urnas e pode receber votos no dia. Sua candidatura aparecia, na primeira divulgação, como ‘sub judice’ e, agora, com 0,00%
O primeiro mandato como chefe do Executivo municipal, que termina em 31 de dezembro de 2020, foi marcado por retomada de obras e projetos, como a reestruturação do Centro de Campo Grande. O segundo mandato começa em 1º de janeiro e vai até 31 de dezembro de 2024.
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