‘Somos os transmissores’, diz Simone Tebet sobre medidas para conter coronavírus
A senadora Simone Tebet (MDB/MS) justificou eventuais medidas do Congresso para conter a proliferação do contágio de coronavírus, afirmando que os congressistas é que são os transmissores do vírus, uma vez que eles estão em contato constante com centenas de pessoas. “Daí o pessoal questiona ‘ah mas vocês querem estar protegidos da sociedade?’ E eu […]
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A senadora Simone Tebet (MDB/MS) justificou eventuais medidas do Congresso para conter a proliferação do contágio de coronavírus, afirmando que os congressistas é que são os transmissores do vírus, uma vez que eles estão em contato constante com centenas de pessoas.
“Daí o pessoal questiona ‘ah mas vocês querem estar protegidos da sociedade?’ E eu digo, é o contrário, nós é que somos os transmissores. Porque nós é que convivemos com 300, 500 ou 1000 pessoas”, explica a Senadora, em entrevista concedida ao Jornal Midiamax, na manhã desta sexta-feira (13).
A declaração vem na esteira da notícia de que a Organização Mundial da Saúde (OMS), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), declarou pandemia global do coronavírus, alertando autoridades do mundo todo a tomarem medidas para conter a proliferação da doença.
A senadora ponderou, no entanto, que ainda não foi confirmada uma epidemia da doença no Brasil e que, “até a segunda ordem”, os trabalhos vão continuar normalmente nas casas legislativas em Brasília. Simone lembrou que, na próxima semana, sua comissão no Senado vota sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de emergência sobre o assunto.
“Se de hoje até semana que vem as coisas piorarem, obviamente vamos ter de fazer um esforço concentrado de forma diferente. Embora eu mesma tenha dito que ainda não temos uma epidemia, destaco que o assunto é sério”, disse.
Simone ainda falou sobre a suspeita de contágio pelo senador Nelsinho Trad (PSD/MS), que aguarda o resultado de um teste para teste para coronavírus, o Civd-19, após ter viajado com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para os Estados Unidos.
“Estive com ele semana passada, mas não o cumprimentei, não apertei nem as mãos. Falei com ele e ele disse que estava tranquilo, mas houve sim um contato direto com o presidente… aquela coisa de passar o telefone”, conta a senadora. “Se o resultado do exame der positivo, vamos ter que pensar numa estratégia de contenção para os parlamentares”, acrescentou.
A Senadora ainda comentou que as pessoas precisam mudar suas abordagens na hora de interagir com outros. “(É preciso) seguir as orientações oficiais do Ministério da Saúde”, inclusive no cumprimento, lavagem das mãos, de acordo com Simone.
Sobre a postura do governo Bolsonaro diante da crise de saúde, Simone disse que “o mais importante de tudo é que finalmente caiu a ficha, e o presidente reconheceu que as manifestações são legitimas e bem vindas, mas no dia 15 nós temos que tomar cuidado”, referindo-se aos convites por parte de bolsonaristas para atos que devem aglomerar grandes grupos de pessoas neste fim de semana.
“Uma única pessoa na paulista pode contaminar vários num espaço muito pequeno. Um infectado contamina 20 ao redor, que contaminam 400 em uma semana, e esses 400 já contaminaram 1.600 na semana seguinte. Então temos que pensar que nós temos condições de nós manifestar de outras formas, nas redes sociais, dando entrevistas nas mídias”, explicou Simone.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou o governo Bolsonaro em uma entrevista concedida à Folha de S. Paulo, afirmando que, em reunião realizada com o ministro da Fazenda, Paulo Guedes (sem partido), não foram apresentadas medidas do curto prazo para conter a crise iminente. Maia classificou como “medíocre” eventual tentativa do governo Bolsonaro de jogar essa responsabilidade no colo do Congresso.
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