Investigado por desvio de R$ 23 milhões, ex-secretário de Dourados é preso em Campo Grande
Foragido da Justiça desde a última segunda-feira (14), o ex-secretário de Fazenda, João Fava Neto, foi capturado pela Polícia Civil nesta terça-feira (22). Braço-direito da prefeita Délia Razuk (PR), ele é pontado como chefe de organização criminosa responsável pelo suposto desvio de R$ 23 milhões da prefeitura de Dourados – distante 225 km da Capital […]
Arquivo –
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Foragido da Justiça desde a última segunda-feira (14), o ex-secretário de Fazenda, João Fava Neto, foi capturado pela Polícia Civil nesta terça-feira (22). Braço-direito da prefeita Délia Razuk (PR), ele é pontado como chefe de organização criminosa responsável pelo suposto desvio de R$ 23 milhões da prefeitura de Dourados – distante 225 km da Capital –.
Fava Neto ficou 56 dias preso, mas foi posto em liberdade na véspera de Natal, por determinação do presidente do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Divoncir Schreiner Maran. Ele foi o único dos quatro alvos presos da Operação Pregão, deflagrada em outubro, que conseguiu ter a prisão revogada.
Desde semana passada ele estava sendo procurado pelas autoridades, mas não foi localizado em seus imóveis em Campo Grande e Dourados. Da mais alta confiança de Délia – e também sogro do filho dela, deputado estadual eleito Neno Razuk (PTB) –, Fava Neto foi encaminhado para a 3ª Delegacia de Polícia da Capital, no Bairro Carandá Bosque.
O suposto esquema na prefeitura envolveria, conforme o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), fraude e dispensa indevida de licitações, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa.
Pescaria
Em apenas uma das licitações supostamente fraudulentas, Fava Neto e Anilton Garcia de Souza, então chefe de licitações da prefeitura, teriam obtido R$ 60 mil em propina do empresário Messias José da Silva, dono da Douraser.
Os valores, conforme a denúncia divulgada pelo Portal 94FM Dourados, teriam sido pagos em m três folhas de cheque, no valor de R$ 20 mil cada. A propina era chama de “pescaria” em aplicativo de mensagens.
A investigação também aponta “mesada” de R$ 30 mil aos investigados. Sócios na MS SLOTS Consultoria Técnica Ltda., Fava Neto teria “presenteado” Anilton com a cumulação de dois cargos na Secretaria de Fazenda, diretor de licitações e diretor de compras, tudo, conforme a denúncia, para assegurar que as empresas, ‘escolhidas a dedo’, seriam favorecidas e o “monopólio” mantido.
Jeep e cirurgia plástica a investigados
O suposto esquema, segundo o MP-MS, também envolveria outros agentes públicos, como a vereadora afastada Denize Portolann, correligionária de Délia, e o ex-contador do município, Rosenildo da Silva França, e sua esposa, Andrea Carla Elbing. Dos três, Denize é a única presa. Rosenildo e Andrea foram presos na 2ª fase da Operação Pregão, em dezembro, mas soltos em poucos dias. Ela no mesmo dia e ele, três dias depois.
O casal é suspeito de receber propina em forma de um Jeep Renegade e cirurgia plástica. A denúncia aponta que as tratativas sobre os ilícitos seriam feitas por meio do aplicativo de mensagens Telegran, conhecida por auto destruir conversas, dando mínimas chances de serem recuperadas, até mesmo por ferramentas periciais sofisticadas.
Afastada do mandato em razão de sua prisão, a vereadora Denize Portolann, correligionária da prefeita Délia Razuk, é acusada de solicitar a Messias empregos a pessoas por ela indicadas na Douraser. Segundo a 94FM, ela teria confessado as denúncias em depoimento ao MP-MS.
Além da condenação dos denunciados, o MP-MS que que os réus ressarçam os cofres públicos municipais em R$ 23.106.459,88, valor mínimo para reparação dos danos materiais coletivos causados pelos crimes de fraude e dispensa indevida de licitação, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa.
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