Levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo mostra que entre os nomeados e os que estão prestes a serem, 45 militares fazem parte do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Os mesmos estão espalhados em 21 áreas no governo, que vão da assessoria da presidência da Caixa Econômica ao gabinete do Ministério da Educação; da diretoria-geral da hidrelétrica Itaipu à presidência do conselho de administração da Petrobras.

Conforme a Folha, os militares do Exército Brasileiro, do qual saiu o general Hamilton Mourão (PRTB), vice de Bolsonaro, são a maioria. Segundo reportagem, até sexta-feira (18) eram 18 generais e 11 coronéis da reserva.

Os militares estão à frente de sete ministérios, são eles: Secretaria de Governo, Defesa, Minas e Energia, Infraestrutura, GSI (Gabinete de Segurança Institucional), CGU (controle interno e transparência) e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Além de comandares o (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e a presidência da (Fundação Nacional do Índio).

De acordo com o jornal de São Paulo, o levantamento feito não incluiu membros de forças policiais estaduais, como Polícia Militar e Bombeiros, e considerou apenas dois nomeados no Gabinete de Segurança Institucional, um órgão normalmente ocupado por militares, o ministro Augusto Heleno e o general Eduardo Villas Bôas, que até o dia 11 de janeiro comandava o Exército.

A Folha ouviu historiadores, que afirmaram que desde a redemocratização do Brasil, não houve “uma avalanche de militares” no Executivo como a atual. Na reportagem a historiadora e cientista política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Heloisa Starling, que atuou na Comissão Nacional da Verdade, relatou que esse número de militares é pouco usual em uma democracia, em especial em cargos estratégicos”. Ela relatou ainda que situação semelhante só foi registrada no país durante a ditadura (1964-1985).

Em entrevista dada na última terça-feira (15), o ministro da Secretaria de Governo, o general Santos Cruz, afirmou que não há vantagens ou desvantagens na “militarização” do governo. “A situação de militar não coloca nada demais. Coloca só mais responsabilidade, porque a gente representa uma corporação inteira”.