O aumento de impostos aprovado em votação nesta quarta-feira (13) pela ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) deve trazer impactos negativos ao Estado e atrapalhar a economia local, ao menos na avaliação do deputado estadual Cabo Almi (PT), um dos cinco que votaram contra o pacote.

Entre os impostos inclusos, está a alíquota do Fundersul, cobrados de produtores rurais do Estado, e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aplicado na gasolina, que deve saltar de 25% para 30%, encarecendo ainda mais a cadeia produtiva.

“O momento é de abertura para o mercado internacional e Mato Grosso do Sul basicamente um estado de produção rural. Esse aumento de impostos diminui a margem de lucro, que já é tão apertada, ainda mais diante dessa seca. Aí vem o Governo e taxa mais”, reclama Almi.

O deputado também indica que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), antes de propor mais tarifas, deveria ter procurado outras alternativas para aumentar a arrecadação sem onerar ainda mais o setor rural e toda a sociedade sul-mato-grossense.

“Isso aí vai atingir todos nós”, frisa, completando que o ideal para os combustíveis seria reduzir alíquota do ICMS do etanol (que caiu de 25% para 20%) e manter a gasolina em 25%. “Hoje o Governo está afugentando novos investimentos. Além de desmotivar o produtor, vai desestimular o setor industrial com essa alta carga tributária”.

Postura de Reinaldo diante do agronegócio

Cabo Almi ainda questiona a postura de Reinaldo diante do agronegócio. “Uma coisa que me causa admiração é o governador, que é produtor rural, plantador de soja e criador de gado, aumentar as tarifas desse jeito”, destaca.

De acordo com o ex-presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e líder ruralista, Chico Maia, o aumento do Fundersul pode chegar a 70% em determinados tipos de produção, com média de 40%.

Na votação de hoje, a Assembleia Legislativa aprovou o pacote de aumentos apresentado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) por 15 a 5 em primeiro turno. No segundo, o placar se repetiu e não houve alteração de votos.

Quatro deputados não votaram – Renato Câmara (MDB), Herculanos Borges (Solidariedade) e Gerson Claro (PP), além do presidente Paulo Corrêa (PSDB). Os deputados que votaram contra nos dois turnos foram, além de Almi, João Henrique Catan (PL), Coronel David (PSL), Pedro Kemp (PT) e Capitão Contar (PSL).