Bernal nega ameaça, chama Valdir Gomes de judas e promete não pedir mandato

O presidente regional do PP, Alcides Bernal afirmou que o vereador Valdir Gomes, com quem protagoniza intensa troca de farpas, comporta-se como “judas“ ao supostamente criar “celeumas” para desestabilizar a sigla. Acuado e sentindo-se ameaçado, o vereador de Campo Grande registrou boletim de ocorrência contra o ex-prefeito neste domingo (12). Pressionado e insatisfeito com supos…

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Alcides Bernal cogita disputar a prefeitura de Campo Grande
Alcides Bernal cogita disputar a prefeitura de Campo Grande

O presidente regional do PP, Alcides Bernal afirmou que o vereador Valdir Gomes, com quem protagoniza intensa troca de farpas, comporta-se como “judas“ ao supostamente criar “celeumas” para desestabilizar a sigla. Acuado e sentindo-se ameaçado, o vereador de Campo Grande registrou boletim de ocorrência contra o ex-prefeito neste domingo (12).

Pressionado e insatisfeito com suposta inércia de Bernal, Valdir chegou a fazer até consulta ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) para avaliar sua saída e evitar que o mandato seja questionado judicialmente.

Em mensagem enviada pelo WhatsApp, Alcides Bernal afirma que Valdir teria passado de todos limites e ofendido a ética partidária. “Por favor, peça sua desfiliação partidária e siga seu caminho, Valdir. Você é desleal, antiético e covarde. […] Siga seu caminho e não cruze o meu, por favor, será muito triste. Quero que você se desfilie do partido e vá para pu** que pariu”, escreveu.

“Ele, como cidadão, se sentiu-se ameaçado, tem direto de procurar polícia e registrar boletim de ocorrência, agora, vai ter que entender que toda medida adotada precisa ser respaldada por situações concretas, senão é denunciação caluniosa. Não pode usar instituição pública para fazer farol”, rebate.

Na análise do ex-prefeito da Capital, o registro da suposta ameaça – que ele nega – não passaria de uma manobra do vereador para sustentar seus argumentos na corte eleitoral. “Eu, Alcides, Bernal, asseguro, na condição de presidente regional do PP, que não questionarei seu mandato judicialmente”, esclarece.

“Se tem gente aí que é baixaria, não sou eu. O partido não pode se submeter a esse tipo de situação desagradável. Isso é muito feio. […] Ele ataca o partido que o elegeu, que não representa ele, mas não diz por que. É papel de traidor, de judas, de pessoas que não tem, primeiro, gratidão e, segundo, agem de maneira a destruir um partido que deu a ele a oportunidade de ser candidato”, rebate.

Enquanto algumas lideranças afirmam que a executiva estadual estaria estagnada, enquanto outras já estruturam as bases para a eleição de 2020, Bernal garante que o diretório está atuando, mas destaca que no pleito se que aproxima, os diretórios municipais é que deveriam ser protagonistas. Para por um ponto final no impasse, Bernal convidou Valdir para uma reunião na segunda-feira às 9h, na sede do diretório.

“Já mandei para ele um convite para comparecer no diretório regional amanhã às 9h para gente tratar com urbanidade, afinal, somos homens públicos, para que não tenhamos esse tipo de desgaste. Não concebo uma situação dessa, a política é a arte do diálogo”, completa.

Desgaste

Cortejado também pelo PSDB, Valdir Gomes conta que ainda não tomou uma decisão sobre sua saída, mas, depois desse novo impasse com Bernal, garante que, a princípio, deve permanecer, ao menos até que o TRE-MS se pronuncie. Ele afirma que um dos motivos para o desgaste com o presidente regional da sigla seria sua proximidade com o prefeito Marquinhos Trad.

“Eu não vou sair, ele [Bernal] não me deu um centavo do partido para me eleger. Se eu tiver que sair, vou perder nas urnas e vou embora para casa. Se a população me mandar embora, eu vou, mas por ele não”, promete.

Além de Valdir, sua correligionária Dharleng Campos também está de malas prontas e pode desfalcar ainda mais o partido de Bernal na Câmara Municipal de Campo Grande.

“Nós não estamos participando das decisões e isso já faz muito tempo. Nós não somos chamados para conversar, para participar das decisões que são tomadas dentro do partido. Isso infelizmente não acontece”, se queixa Dharleng. “Há uma crise. Está bem claro que existe”.

Em março, grupo de lideranças da sigla se reuniram na Assembleia Legislativa para cobrar uma posição de Bernal sobre a organização da legenda para 2020, onde demonstraram com clareza insatisfação com a direção estadual. Em meio à crise, Bernal conversou com Evander Vendramini e com Gerson Claro e garantiu que não iria “se ajoelhar para vereador”.

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