Marina herda 21% dos votos de Lula; provável sucessor, Haddad fica com 9%

A candidata da Rede, Marina Silva, é a que mais herda votos dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num cenário sem o petista hoje. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (22), a ex-senadora é, neste caso, a preferida de 21% dos que dizem que votariam em Lula. Na sequência, […]

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A candidata da Rede, Marina Silva, é a que mais herda votos dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num cenário sem o petista hoje. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (22), a ex-senadora é, neste caso, a preferida de 21% dos que dizem que votariam em Lula.

Na sequência, aparece Ciro Gomes (PDT), com 13% dos votos do petista, e só então vem o provável sucessor do ex-presidente, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), com 9% dos votos inicialmente destinados a Lula.

Com a margem de erro de dois pontos percentuais, Haddad empata com os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB), que recebem 7% dos votos de Lula cada.

Preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente se encaixa na Lei da Ficha Limpa e já teve o registro de candidatura contestado. Na pesquisa divulgada nesta quarta (22), ele aparece com 39% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Sem Lula -que é o cenário mais provável-, Bolsonaro lidera, com 22%.

Segundo o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, em anos anteriores, Marina também aparecia herdando votos do PT por uma semelhança no eleitorado.

“Há uma identificação da trajetória de vida de Marina com a trajetória de vida do Lula. E o eleitorado do Lula também, a exemplo do eleitorado de Marina, é mais feminino”, afirma Paulino.

O paralelo não se dá apenas no voto das mulheres -na ausência de Lula, é Marina quem lidera entre elas. Os dois também têm melhor desempenho entre eleitores de 24 anos ou menos, com ensino fundamental e que recebem até dois salários mínimos.

Nesta quarta (22), em visita a agricultores na zona rural de São Paulo, Marina, que cresce de 8% para 16% nas intenções de voto num cenário sem Lula, disse que se recusa a traçar uma estratégia para herdar votos do ex-presidente.

“Eu não trato os votos das pessoas como se fossem uma herança. O voto do cidadão é livre e ele vai dar a quem achar que é melhor para o Brasil”, afirmou a presidenciável. Outro que dobra as intenções de voto num cenário sem Lula é Ciro: de 5% para 10%.

VOTO NULO

A sondagem mostra ainda que 28% dos que dizem que votariam em Lula declaram hoje que anulariam seu voto em outubro se o ex-presidente não concorrer.

Paulino, contudo, afirma que a pesquisa é um retrato deste momento anterior ao início do horário eleitoral gratuito.

“É muito possível que, a partir do momento que comece a campanha na TV, e a possível participação de Haddad em entrevistas e debates, essa associação [com Lula] seja feita de uma forma mais intensa”, afirma.

Entre os que dizem não saber em quem votar num cenário sem Lula, 60% dizem não conhecer Haddad. Nas regiões Norte e Nordeste, mais da metade dos eleitores não sabe quem é o ex-prefeito de São Paulo.

Outro termômetro para medir a transferência de votos de Lula é a efetividade do seu apoio a um candidato. Na pesquisa, 48% disseram que não votariam em um candidato indicado pelo petista, enquanto 31% disseram que o fariam.

“Mas essa transferência não é automática. Vai depender muito da comunicação e do tempo disponível para que esses eleitores do Lula que têm menos contato com informação tomem conhecimento que Haddad é o candidato dele”, destaca Paulino.

Entre os eleitores dos demais candidatos, o que se apresenta mais fiel em uma disputa sem Lula é o de Bolsonaro: 92% dos eleitores seguem com o capitão reformado mesmo com o petista fora da corrida, contra 71% de Geraldo Alckmin (PSDB) e 77% de Marina, por exemplo.

O Datafolha ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios. A margem de erro do levantamento, uma parceria da Folha de S.Paulo e da TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos. O nível de confiança é de 95%. Levantamento registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018.

 

 

 

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