Mais filiados e parentes de presidente do PRB são exonerados após apoio ao PDT
Presidente do , Wilton Acosta tinha filho e nora na Funtrab (Reprodução: Diego Polachini/PRB)

O governador (PSDB) determinou nesta segunda-feira (13) a exoneração de dez servidores da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), entre eles seis filiados ao PRB, partido que anunciou apoio à candidatura do federal Odilon de Oliveira (PDT) ao governo.

O PRB comandava a Funtrab até esta segunda-feira. A pasta foi dirigida pelo presidente da sigla, Wilton Melo Acosta, até abril deste ano, quando o pastor anunciou sua pré-candidatura a deputado federal. Depois disso, outro filiado ao PRB, Anivaldo João da Silva, passou a comandar a Fundação.

Anivaldo foi exonerado nesta segunda-feira (13) e em seu lugar foi colocado o ex-superintendente da (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), Clistiano Fernandes Alves. O servidor é filiado ao PSL, partido que apoia a campanha à reeleição de Azambuja.

Entre os exonerados estão parentes de Wilton Acosta. Lucas Rael Alves Acosta, seu filho, tinha um cargo de coordenador na Funtrab, assim como sua nora, Valkiria Gomez Xavier, que ocupava uma vaga de gestora de processo na Fundação.

Segundo Wilton, as nomeações teriam ocorrido enquanto estava fora do comando da pasta. “O Lucas foi nomeado quando saí da Funtrab, saí em abril e ele foi nomeado no início de junho”, disse Acosta. Já a nora do pastor só teria entrado para sua família dois anos depois do início de sua gestão à frente da pasta.

O pastor vê como “natural” a saída do PRB da Funtrab após a coligação do partido com candidatura oposta a do governador Azambuja. “Quando a gente definiu apoio ao Odilon, é natural que os cargos que nós tinhamos no governo eles demitissem”, disse.

Investigação por nepotismo

Em 2016, o MP-MS (Ministério Público Estadual) chegou a instaurar uma investigação contra Wilton Acosta por suspeitas de nepotismo no âmbito da Funtrab, além de outras irregularidades como não pagamento de verbas devidas e contratações irregulares de comissionados.

Wilton afirma que as investigações, entretanto, não prosperaram. “Essa questão já foi investigada pelo Ministério Público e arquivada por inexistência de fatos concretos”, afirma o presidente do PRB. O arquivamento ocorreu ainda este ano, em março.

O inquérito tratava de outro caso, da irmã de Wilton, Arlei Melo Acosta Corleone, que foi nomeada coordenadora do Banco Cidadão da Funtrab. Segundo o Ministério Público, a contratação de Arlei se deu por regime de CLT, por conta da natureza privada do banco, e portanto não ensejaria nepotismo.