Para ele, Supremo atendeu a ´último pedido de condenado’

 

O deputado Carlos Marun (PMDB) avalia o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara dos Deputados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) como “uma cortesia ao PT”. Marun tem aparecido como um dos principais defensores das ações de Cunha e considera que o Supremo exagerou na decisão. “Eu penso que o STF (Supremo Tribunal Federal), independentemente do mérito da questão, abusou das suas prerrogativas ao agir à margem da Constituição e afastá-lo do cargo, principalmente quando o afastou do mandato de deputado”, defende.

O deputado sul-mato-grossense justificou sua discordância com afastamento de Cunha comparando o caso com o de Dilma Roussef. “Existe o devido processo, e o que é estabelecido pela Constituição. A presidente Dilma, por exemplo, está sendo processada exatamente em conformidade com o que está estabelecido na Constituição. Quando o STF age completamente ao arrepio do que fala a Constituição, eu não posso concordar com isso”, explicou.Para Marun, STF fez 'cortesia ao PT' ao afastar Eduardo Cunha da Câmara

Para o deputado, o recomendado seria que o Supremo julgasse o processo, antes de decidir pelo afastamento. “O presidente Cunha está sendo processado no STF, então que o julgasse, eu não concordo com este afastamento liminar”.

O deputado diz entender que o Supremo quis fazer uma “cortesia ao PT” e afastar o presidente Cunha antes do impedimento da presidente Dilma. “Como se fosse o atendimento ao último pedido de um condenado à morte antes do fuzilamento. É isso que me parece que aconteceu, mas não é possível que as coisas aconteçam desta forma. O STF tem obrigação de respeitar a Constituição”.

Michel presidente

Ele afirmou que tem certeza do afastamento de Dilma Roussef da Presidência da República, justificando porque já apresenta Michel Temer (PMDB) como presidente do Brasil.

Marun cumpre agenda oficial na cidade de Beirute, no Líbano, e chamou atenção da imprensa brasileira ao apresentar Michel Temer como atual presidente da República. Por telefone, nesta sexta-feira (6), ele explicou ao Jornal Midiamax seu posicionamento em relação ao afastamento de Cunha e os motivos do tratamento destinado a Temer

. “Eu estava e estou falando com empresários, com possíveis investidores do Brasil. Não me cabe vir aqui e transmitir a eles dúvidas. Eu vim aqui transmitir certeza e eu tenho certeza que o afastamento é definitivo e irreversível. Foi isso que vim transmitir a este grande numero de empresários e investidores que participam deste evento. Mais de mil pessoas de mais de cem países estão participando deste encontro”.

De acordo com o deputado, o principal objetivo da viagem ao Líbano foi “esclarecer que o que acontece no Brasil não é golpe e que as coisa estão andando dentro da legalidade”. Outro foco seria a realização de parcerias. “O brasil quer fazer dos países árabes parceiros preferenciais da nossa vida econômica”, concluiu.

Agenda

O parlamentar cumpre agenda oficial na cidade de Beirute desde quarta-feira (4). Segundo Marun, um dos eventos de que está participando, é a instalação do Conselho de Comércio Brasil/Líbano. O deputado sai do Líbano no próximo sábado.