Ex-assessor de Olarte diz que cheques eram para pagar gastos de campanha

Depoimento no TJ divergiu da oitiva ao Gaeco

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Depoimento no TJ divergiu da oitiva ao Gaeco

Acabou a pouco o depoimento do ex-assessor da prefeitura, Ronan Feitosa de Lima, réu, ao lado do ex-vice-prefeito afastado, Gilmar Olarte, no processo que os investiga por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.  Músico e pastor evangélico, ele disse que pegou os cheques para pagar dívidas herdadas na campanha de 2012.

Com 15 minutos de atraso, para atender seu advogado, Ronan contou que atualmente está afastado das funções da igreja e admitiu ter pego cheques e dinheiro emprestado , com valores que ficaram em R$ 120 mil a R$ 140 mil para quitar dívidas com cabos eleitorais da campanha vitoriosa da chapa composta pelos progressistas Alcides Bernal e Gilmar Olarte.

“Eu tinha um grupo e trouxe esse grupo para a campanha e promessas não foram cumpridas”, afirmou Ronan durante seu depoimento.

O ex-assessor afirmou aos desembargadores que sentia-se ‘muito pressionado’ com as ameaças por seu credores. Apresentou valores diferentes dos empréstimos junto aos agiotas e chegou a se contradizer em certos momentos.

Primeiro disse que uma das pessoas, que chamou de ‘seu Ito’ havia feito uma doação de R$ 30 mil para a ADNA (Assembleia de Deus Nova Aliança) do Brasil, para custear uma festa beneficente. Em outro momento, porém, confirmou que trocou um cheque de ‘Ito’ para pagar as dívidas de campanha.

Ronan negou que tenha feito promessas de favorecimento na Prefeitura da Capital às pessoas de quem emprestava cheques e/ou dinheiro, e afirmou ainda que não prometeu que seu chefe, Gilmar Olarte, pagaria suas dívidas.

Aos desembargadores  negou que Olarte o acompanhou em uma das visitas aos agiotas para obtenção de R$ 30 mil, o que confirmou durante oitiva no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

 “Não sei se foi distúrbio da minha prisão que me fez falar”, alegou. Ronan isentou Olarte das acusações dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, mas confirmou que chegou a oferecer, ‘se houvesse possibilidade’, trabalho, ‘em situação emergencial’, a uma das pessoas de quem emprestou cheques.

Segundo Feitosa, quando Bernal e Olarte iniciaram a campanha em 2012, lhe foi prometido R$ 400 mil para tocar as ações, porém só lhe entregaram R$ 40 mil, o que lhe deixou com uma dívida com uma centena de pessoas.

O próximo depoente é Luiz Márcio Feliciano, na sequencia deve depor Gilmar Olarte. 

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