Há 28 anos, Braz Melo venceu José Elias, ambos apoiadores de Délia

Distante 228 quilômetros da Capital do Estado, teve neste domingo (2) a eleição municipal mais disputada dos últimos 28 anos. A diferença de 3.103 votos entre a vencedora (PR) e o segundo colocado Geraldo Resende (PSDB) só não foi menor do que a registrada em 1988. Naquele ano, marcado pela redemocratização do país, Braz Melo (então no PMDB) venceu José Elias Moreira (à época no PTB) por causa de 40 eleitores. À época, a urna 185, do Parque das Nações, gerou discórdia entre os rivais.

Coincidentemente, os dois adversários daquele concorrido pleito estiveram do mesmo lado neste ano, em apoio à vereadora que conseguiu se tornar a primeira prefeita mulher da segunda maior cidade do Estado. Braz, por sua vez, agora no PSC, obteve 2.107 votos e conquistou uma das 19 vagas na Câmara Municipal para a legislatura que inicia dia 1º de janeiro de 2017.

De acordo com os dados consolidados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), neste domingo Délia conquistou 43.252 votos (39,82% do total), ante 40.149 do deputado federal Geraldo Resende, equivalente a 36,96%. De 152.165 eleitores aptos a votar, 121.923 foram às urnas e 30.242 se abstiveram de votar. Renato Câmara (PMDB) foi votado por 20.708 eleitores (19,06%), Ênio Ribeiro (PSOL) por 2.445 (2,25%) e Wanderlei Carneiro (PP) por 2.065 (1,90%).

E o Jornal Midiamax apurou junto ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) que uma diferença de votação tão pequena quanto essa não havia ocorrido desde aquele longínquo ano de 1988, quando Dourados tinha 67.492 eleitores e 59.532 foram às urnas. Braz Melo teve 23.590 votos, José Elias Moreira 23.550, Laerte Tetila (PT) 3.612, e Alaercio Abrahão Santos (PSDB) 934.

Desde então, prefeitos eleitos conseguiram folgas maiores em suas disputas eleitorais. Em 1992, Humberto Teixeira (PRN) conquistou 30.243 votos e superou Antonio Luiz Nogueira (PMDB), votado por 27.040 eleitores. Egon Krakhecke (PT) ficou em terceiro com 8.440, quando o município tinha 82.684 eleitores aptos a votar.

Quatro anos mais tarde, em 1996, outra vez Braz Melo venceu José Elias Moreira na disputa pela Prefeitura de Dourados, com 37.797 votos ante 26.581 do segundo colocado. Lori Gressler (PPB) 7.814, Ribeiro Arce (PT) 4.525, Marcos Antônio dos Santos (PRONA) 345 e Helio Bernardino da Silva (PSC) 176 completaram a lista.

Em 2000, Laerte Tetila (PT) teve uma acirrada disputa para chegar ao comando do Executivo douradense. Na ocasião, com 36.045 votos, o petista superou Murilo Zauith (então no PSDB), votado por 31.328 eleitores, Mordônio Alencar (PSB), por 11.807, e George Takimoto (PDT), por 7.280.

A reeleição de Tetila veio com mais folga em 2004, ano em que obteve 53.208 votos e deixou em segundo lugar Bela Barros (PDT), escolhida por 42.409 eleitores e José Roberto Domingos da Costa (PRONA), votado por 2.983 pessoas.

Em 2008, foi a vez de Ari Artuzi (PDT) desbancar o favorito Murilo Zauith (à época no DEM) e Wilson Biasotto (PT). O candidato eleito teve 45.182 votos, a frente dos 39.614 do segundo colocado e dos 21.821 do petista, em terceiro.

Com a renúncia de Artuzi no dia 1º de dezembro de 2010, preso em decorrência da Operação Uragano, Dourados teve uma eleição extemporânea em 2011, quando Murilo Zauith, enfim, venceu. Pelo DEM, conquistou 70.906 votos numa disputa desproporcional, na qual Geraldo Sales Ferreira (PSDC) foi votado por 12.392 eleitores, Genival Antonio Valeretto (PMN) por 3.193, e José de Araujo Oliveira (PSOL) por 2.060.

Em 2012, quando o calendário eleitoral de Dourados foi restabelecido, Zauith, já no PSB, mais uma vez conseguiu aglutinar partidos antagônicos, como PT, PSDB e DEM, numa mesma composição. Resultado: conquistou a reeleição com 65.794 votos, a frente de Keliana Fernandes (então no PSC), votada por 34.132 eleitores, Doutor Delane (PSDC), escolhido por 3.806 votantes e Zé Roberto (PSOL), com 1.659 votos.