Cultura rejeita novamente proposta feita pela Prefeitura 

Marcada desde a semana passada, a reunião com representantes do movimento cultural da Capital não contou com a presença do prefeito Gilmar Olarte (PP), que enviou a diretora da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Juliana Zorzo, e o secretário-ajunto de Finanças, Ivan Jorge, para referendar a mesma proposta que já havia sido rejeitada pelos artistas.

Zorzo e Ivan receberam representantes do movimento cultural e apresentaram três propostas. A primeira propondo repasse de R$ 500 mil para os projetos contemplados pelo FMIC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) e Fomteatro (Programa Municipal de Fomento ao Teatro), a segunda de R$ 700 mil e a terceira de R$ 1 milhão, todas rejeitadas.

“Hoje a Prefeitura passa por uma crise, com perda de receita da ordem de R$ 194 milhões, ainda é preciso fazer corte de 22% em todas as pastas para poder equilibrar as contas”, revelou Ivan Jorge ao Jornal Midiamax.

O presidente do Fórum Municipal de Cultura, Airton Raes, explica que o segmento cobra a liberação de R$ 4,1 milhões referentes a 80 projetos contemplados pelos fundos, que não foram executados porque ainda aguardam liberação da verba.

Mesmo com o impasse com a categoria, as atividades da Fundac vão continuar, prometeu Juliana Zorzo. “As aulas de dança nos bairros, oficinas de arte e a Noite da Seresta devem ganhar continuidade este ano. E a Noite da Seresta pode ir até para os bairros”, frisou Zorzo.

“Isso é uma incoerência, a Prefeitura dar continuidade às atividades e deixar de pagar os R$ 4 milhões aprovados. Essa proposta de R$ 1 milhão já foi feita e nós não aceitamos. O 1% é para o fomento da cultura, e não para pagar lápis e borracha. O prefeito é inimigo da cultura”, disparou um dos representantes que se reuniu com os emissários do prefeito, Rodrigo Teixeira, músico e jornalista.

Airton Raes revelou ainda que a classe artística de Campo Grande pretende fazer um protesto em frente à sede da Fundac, na terça-feira (10), às 17h. “Vamos fazer um chamamento para que os credores da cultura assinem um documento para entrarem com uma ação no MPT (Ministério Público do Trabalho)”, revelou.

Em um ato simbólico, a classe artística estirou uma faixa que dizia: “Fechada por Incompetência Administrativa”, alegando que a fundação não estaria cumprindo com o devido papel.

Nesta terça-feira (10), a classe artística irá até o MPE (Ministério Público Estadual), protocolar um documento que pede a cassação do prefeito e na quarta-feira (11), eles irão levantar este mesmo documento, na Prefeitura.

De acordo com a organização do movimento SOS Cultura, assim que chegaram na Fundac, a mesma já se encontrava fechada, às 16 horas e a Guarda Municipal já estaria a espera deles.

Não houve tumulto e os artistas só fizeram a foto simbólica e foram embora.