Retrospectiva: escândalo sexual envolveu políticos e derrubou vereador
Todos foram condenados à prisão
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Todos foram condenados à prisão
Este foi um ano complicado na Câmara Municipal de Campo Grande. No histórico tem afastamento de vereador, investigações sobre suposto golpe político, brigas entre base aliada e oposição, mas antes de tudo isso a Casa de Leis se viu em meio à polêmica envolvendo um de seus integrantes no escândalo sexual que mais tarde viraria manchete nacional. A bomba estourou em abril deste ano quando o então vereador Alceu Bueno, à época do PSL, denunciou esquema de extorsão por não conseguir mais sustentar o suborno.
Isso porque ele foi gravado mantendo relações sexuais com duas menores. Tudo era arquitetado e colocado em prática pelo ex-vereador Robson Martins e pelo empresário no ramo evangélico, Luciano Pageu. Ambos foram pegos em flagrante pela polícia no momento em que receberiam R$ 15 mil no estacionamento de um supermercado da Capital. Tudo foi armado com ajuda do denunciante que pagaria o montante.
Mas a intenção do pastor não foi interpretada da forma como ele pensou. “Sou inocente porque denunciei todo o esquema” afirmava à época, mas o fato de ter se envolvido sexualmente com menores não passou batido. Por pressão de todos os lados a Câmara decidiu abrir comissão de ética para apurar o comportamento do legislador, fato que poderia acarretar na cassação de mandato e inelegibilidade por oito anos.
Sem saída, ele preferiu renunciar no dia em que o grupo de julgamento seria formado. Por meio de carta voltou a afirmar inocência e deixou a cadeira no Legislativo,hoje ocupada por Roberto Santana (PRB), o Betinho. A postura também lhe custou a presidência regional do PSL, bem como o desligamento da sigla.
Ao decorrer das audiências, o caso ganhava mais destaque e a gravação acabou sendo veiculada pelo semanário Fantástico da Rede Globo e reproduzida pela filiada em Mato Grosso do Sul. Na filmagem Alceu aparece de cueca conversando com uma menina. Ele diz que não pode demorar, pois tem que ir à igreja com a esposa naquele dia.
Embora faça coro ao discurso de inocência, o ex-deputado estadual Sérgio Assis também foi citado no escândalo. Tanto que no dia 29 de novembro entrou na Justiça para que a matéria sobre exploração sexual não fosse ao ar no Fantástico. Tentativa frustrada. Em 17 de dezembro deste ano, por decisão por juiz Marcelo Ivo de Oliveira, os cinco envolvidos no caso foram condenados à prisão.
Ao todo são 57 anos de reclusão, entretanto os ex-políticos, Alceu, Robson e Assis, podem responder em liberdade. Já os empresários Fabiano Otero e Luciano Pageu não têm o mesmo benefício. Eles, inclusive, já estão presos. O primeiro em regime fechado e outro em domiciliar.
A Bueno foi determinada pena de 8 anos e dois meses em regime fechado, pelo cometimento de dois crimes de exploração sexual de vulnerável. Assis ficara em regime semiaberto por seis anos pelo mesmo motivo.
Otero ficará 11 anos e 11 meses recluso em regime fechado por extorsão, exploração sexual de vulnerável, corrupção de menores, associação para o crime e tráfico de menor para fins de exploração sexual. Sua pena seria de 23 anos e 10 meses de reclusão, mas foi reduzida pela metade em razão do réu ter efetuado acordo de colaboração premiada.
Pageu cumprirá 21 anos e 7 meses de regime fechado pelo cometimento dos crimes de exploração sexual de vulnerável, corrupção de menores, associação para o crime e por dois crimes de extorsão. Ele foi absolvido apenas do crime de tráfico de menor para fins de exploração sexual por não haver provas para condenação.
Robson que no passado foi absolvido em caso semelhante não teve a mesma sorte desta vez e acabou condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, terá que pagar 93 dias-multa pelo cometimento de dois crimes de extorsão. O réu foi absolvido do crime de associação para o crime por não haver provas para condenação.
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