Prefeitura pretende pagar R$ 1,5 milhão à vista e parcelar R$ 6,7 milhões em 60 vezes

No último dia de prazo para que a Prefeitura de Campo Grande devolvesse os R$ 8,2 milhões do convênio firmado com o Ministério da Saúde para elaboração do Gisa, o prefeito Gilmar Olarte (PP) revelou que propôs parcelar o montante à União.

Olarte quer devolver R$ 1,5 milhão à vista para a União, e parcelar o restante, R$ 6,7 milhões, em até 60 vezes. A proposta ainda depende do aval do Ministério da Saúde, que resposta que sairá, segundo o próprio prefeito, “dentro de dois ou três dias, ou mais”.

“Isso (proposta) vai nos dar tempo de entrarmos na justiça, para cobrar a devolução aos cofres públicos através dos responsáveis (pela assinatura do convênio)”, destacou Olarte.

Os responsáveis, citados indiretamente pelo progressista, são o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), e o ex-secretário de saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), hoje deputado federal reeleito.

“Não temos opção, só temos um caminho (devolver). Sob pena de travarmos todos os recursos federais”, frisou o prefeito, que se apega a uma declaração que lhe teria sido dada por um diretor do Ministério da Saúde, de que o montante poderia ser pago em até 60 parcelas.

Gilmar Olarte disse ainda, durante a entrevista coletiva na qual comunicou sua decisão, que ‘pegou o bonde andando’ e que o Gisa é um ‘problema herdado’, e que o município buscou ‘a solução menos prejudicial’.

Substituição

O prefeito alegou que seu antecessor e adversario político, Alcides Bernal (PP), foi o responsável pelo envio, para o Ministério da Saúde, que atestaram as irregularidades do software, que com a contrapartida da prefeitura custou quase R$ 10 milhões, que resultaram no rompimento do convênio e cobrança dos R$ 8,2 milhões.

Diante disto, O IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) está desenvolvendo, segundo o próprio Olarte, um novo sistema capaz de desempenhar as mesmas funções do Gisa.

Este software, cuja identidade ainda não foi revelada, estaria em fase de testes no Cempe (Centro Municipal Pediátrico) e em breve será levada para UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino.

Cerceamento 

A coletiva do imprensa que aconteceu às 15h30 no paço municipal, em auditório anexo ao gabinete do prefeito Gilmar Olarte, foi divulgada pela assessoria de comunicação do município, mantido com dinheiro público, a os órgãos que o progressista chamou de ‘boa imprensa’.

O Jornal Midiamax, que tem feitos inúmeras denúncias de irregularidades no município, não foi convidado a participar da coletiva e mesmo presente não teve franqueada a oportunidade de questionar o Chefe do Executivo Municipal. Outras ausências foram notadas na coletiva, como da TV Morena, que também veiculou recentemente matérias com graves acusações ao prefeito.