Ninguém tem coragem de defender o prefeito de críticas nas sessões comunitárias

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), definitivamente, não está em uma boa fase. Sumido, o prefeito não tem agendas públicas para se defender de tantas reclamações e a cada dia que passa encontra menos pessoas interessadas em defender a administração.

Na Câmara a cada dia diminui o número de vereadores que se arriscam a defendê-lo e os que até ontem se diziam aliados, agora fazem coro à oposição, fazendo várias críticas à gestão. A sessão da Comunitária da Câmara é uma prova da situação delicada do prefeito. Sem ninguém com coragem para defender a administração, ele é criticado pela população e por vereadores, seja da base ou da oposição.

A situação é complicada a ponto de o líder do prefeito, Edil Albuquerque (PMDB), nem comparecer às sessões comunitárias. Ele não foi em nenhuma das duas já realizadas pela Câmara, no Bonança e Rouxinóis. Na última sessão o vereador Chiquinho Telles (PSD) chegou a cobrar a presença do vereador, dizendo que o líder deveria trazer respostas a população.

O vereador cobrou do prefeito que faça pelo menos o simples, diante da dificuldade para administrar. Ele criticou o fato de hoje as pessoas estarem comemorando coisas simples, como instalação de um quebra-molas ou troca de lâmpada.

“Somos xingados nos bairros e parece que a culpa é da Câmara. Nós estamos fazendo nosso trabalho de legislador. Chega de passar a mão na cabeça do Poder Executivo. O Poder Executivo tem que sair da inércia”, criticou.

O presidente da Câmara, vereador Mario Cesar, aproveitou para defender os vereadores, culpando o prefeito pelos diversos problemas apontados por moradores. Ele ressaltou que só em 2015 os vereadores já apresentaram 1.700 indicações, mas que a inoperância do Executivo acaba recaindo sobre os vereadores.

“Nós temos dado sugestão, orientação e todas as condições para ele exercer, na plenitude, o seu mandato de prefeito”, reclamou. O vereador disse ainda que a Câmara tem que ajudar o prefeito porque Campo Grande não merece o que está acontecendo.

A vereadora Carla Stephanini (PMDB) também cobrou pelo menos o básico, já que a administração não dá conta de apresentar novos projetos. Ela chegou a elogiar a atitude de conselheiros, que prometeram reclamar das obras paradas em Brasília, para que o governo federal cobre Olarte.

Atualmente o prefeito também enfrenta problema com artistas, que cobram pagamento de cachês atrasados e investimentos que deveriam ser feitos no ano passado, que passam dos R$ 4 milhões.