Delcídio e Olarte são figuras centrais em investigações

Gilmar Olarte (PP) e Delcídio do Amaral (PT) começaram 2015 como protagonistas da política de Mato Grosso do Sul e do Brasil. Mas, o que começou bem, terminou de maneira desastrosa para a dupla. Delcídio está em situação pior, detido desde 25 de novembro, e Olarte segue afastado há quatro meses, com um processo nas costas e outro a espera da decisão do Ministério Público Estadual.

A história de Delcídio é mais dramática. Após derrota no ano passado, quando era favorito ao governo de Mato Grosso do Sul, ele teve nova oportunidade, ganhando a liderança de Dilma Rousseff (PT) no Senado. O cargo deu visibilidade ao Senador, que passou a protagonizar a política do País. Mas, pouco tempo depois, o senador foi surpreendido pela Polícia Federal.

Delcídio foi preso por causa de uma gravação onde supostamente organizava fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para fugir de delação premiada. Agora está detido e é tido por alguns como uma bomba prestes a explodir, diante do conhecimento que tem de boa parte do que é investigado na Lava Jato, visto que era um dos diretores da Petrobras.

O senador passou por constrangimento por conta da prisão e com a visita de alguém que sempre alternou papel de rival e de aliado dele, o deputado federal Zeca do PT. A cena parece de novela, mas aconteceu. Protagonista de várias alfinetadas, Zeca foi ao presídio visitar Delcídio, deixando muita gente curiosa sobre o encontro, pensando o que passou pela cabeça de Delcídio ao ser visitado em condição tão desfavorável. Zeca minimizou a situação, dizendo que a visita foi questão de humanidade.

Afastado há quatro meses

Gilmar Olarte também começou ano bem, como prefeito de Campo Grande e possível pré-candidato a reeleição. Mas, ao longo do ano, foi passando por dificuldade, com vários vereadores abandonando a base de sustentação dele. O golpe final foi dado no dia 25 de agosto, quando ele foi afastado.

O que já era ruim ficou ainda pior, quando o coordenador do Gaeco, Marcos Alex Vera, pediu a prisão dele. Olarte passou por duas celas até chegar ao presídio militar estadual, onde chegou a passar mal. Na saída da cadeia ele chegou a se comparar a Nelson Mandela.

Abatido com a prisão, onde, diferentemente de outras lideranças políticas, foi fotografado e filmado, Olarte sumiu. Ele reapareceu apenas neste Natal, em vídeo gravado com a família. Olarte deve voltar a aparecer no começo do ano, quando será julgado em denúncia de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por meio de troca de cheques.

O senador Delcídio do Amaral não saiu e nem deve sair do foco em 2016. Muito pelo contrário. Ele é considerado uma das peças chaves da Lava Jato. Enquanto uns temem, outros esperam que ele faça delação premiada e entregue detalhes importantes do chamado “Petrolão”, que teria desviado bilhões da Petrobras.