Presidente da Câmara diz que Olarte deve seguir mandato até o final, mas admite cobrança de ‘nova postura’

O presidente da Câmara de Campo Grande, Mario Cesar (PMDB), negou nesta sexta-feira (27) rumores de que estaria sendo avaliada eventual renúncia por parte do prefeito Gilmar Olarte (sem partido). A manobra, segundo informações disseminadas nas redes sociais, seria uma espécie de ‘golpe branco’, definindo a saída do prefeito sem o envolvimento direto dos vereadores, que já cassaram seu antecessor, o eleito em 2012, Alcides Bernal (PP).

Seriam parte do suposto acordo medidas para salvaguardar os direitos políticos de Gilmar Olarte, apesar da crise que se agravou com problemas nos contratos de manutenção de vias e com a denúncia apresentada pelo Gaeco depois de investigar o atual prefeito por lavagem de dinheiro. Em grupos do WhatsApp, circulam boatos e informações sobre supostas reuniões e discussões entre políticos sobre a eventual saída para a crise política que continua na administração municipal desde a cassação de Bernal.

“Comigo ele nunca conversou. Deus me livre. Ele tem que ir até o final. Não está com a oportunidade de ser o prefeito de Campo Grande ? Então, tem que continuar até o fim”, declarou o presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar. Ele estaria, inclusive, na linha sucessória em caso de eventual renúncia.

Mario Cesar, no entanto, admite que os vereadores apontam a necessidade de o prefeito adotar ‘uma postura diferente’. Ele deu conselhos para que Gilmar passe a agir “aceitando orientação de pessoas que se propõem a ajudá-lo”. Na quarta-feira (25), o peemedebista chegou a dizer que caberá a população dar o limite para o prefeito.

O Midiamax recebeu a informação de que o prefeito já teria conversado com lideranças sobre a possibilidade de renunciar, deixando a função para Mario Cesar, que ficaria no cargo até a eleição do novo prefeito. A reportagem ligou para a assessoria da prefeitura, mas até o momento não recebeu resposta.

Caso seja confirmada a saída, Mario Cesar assume a função interinamente até que a Câmara escolha o novo prefeito. Neste caso, qualquer cidadão poderá ser prefeito, desde que convença 20 vereadores a elegê-lo por eleição indireta no plenário.

Olarte não está em situação confortável, com frequentes ameaças. Nesta semana deputados do PMDB chegaram a aconselhar vereadores a deixar a administração, visto que o partido pretende lançar candidatura própria. Além da insatisfação do PMDB e de outros partidos que estão na base, Olarte ainda enfrenta a ameaça de CPI dos Buracos e o processo do Gaeco, onde pode responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.