Kako mostra despreparo em reunião e oposição quer CPI

Reunião entre secretário e vereadores terminou sem respostas e durou pouco mais de duas horas

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Reunião entre secretário e vereadores terminou sem respostas e durou pouco mais de duas horas

Em pouco mais de duas horas de ‘conversa’ entre vereadores e o titular da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Valtemir Brito, o Kako, não houve respostas à perguntas sobre o serviço de tapa-buraco na Capital.O secretário não soube responder os questionamentos e ainda solicitou a gravação da reunião para ‘não esquecer’ o que lhe foi perguntado.

Kako até tentou responder algumas perguntas, mas não convenceu sequer os vereadores da base do prefeito Gilmar Olarte (PP), que tentaram, no começo da reunião, ‘ampliar’ o foco da convocação, o que não foi possível, uma vez que todas as perguntas se voltaram para o serviço de tapa-buraco, que vieram à tona depois que o Jornal Midiamax divulgou vídeos com denúncias de funcionários, à serviço da prefeitura, tapando buracos fantasmas.

“Iremos responder tudo com muita tranqüilidade”, limitou-se a dizer o secretário. Desde o começo do encontro, a base fez questão de ressaltar que Valtemir havia sido convidado e não convocado para a ‘reunião’ e que o evento não era uma ‘audiência’, apenas uma ‘reunião pública’. 

“Tapa-buraco, em todo o Brasil, é uma caixa preta sim. Estou sabendo que tem estagiário (em Campo Grande) fazendo o papel de fiscalização”, afirmou o vereador Edson Shimabukuro (PTB), que integra a comissão de obras da Câmara e presidente o sindicato regional dos engenheiros.

O secretário revelou ainda que todos os contratos de tapa-buraco vigentes foram assinados de 2010 em diante. “Todos dentro da legalidade”, frisou, emendando que os critérios para execução do serviço seguem prioridades elencadas pelos vereadores, secretaria e moradores, sem detalhar questões acerca da fiscalização dos trabalhos.

Após a denúncia e a suspensão da empresa Selco Engenharia, o titular da Seintrha disse que tanto a empreiteira, quanto a prefeitura, estão preparando laudos feitos no local onde funcionários foram flagrados tapando buracos fantasmas.

Oposição quer CPI

“Ele preferiu vir sozinho, sem um corpo técnico para auxiliar. Mas ele não domina o assunto, é um setor que ele mal conhece. Só desentoca (as respostas) uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquértio)”, ressaltou a vereadora Luiza Ribeiro (PPS).

Para o vereador Alex do PT o volume de dinheiro gasto no serviço de tapa-buraco deveria provocar no secretário mais rapidez no fornecimento de resposta à Câmara. “Esse é um dinheiro que temos que ir atrás. Buraco é a expressão do desperdício de dinheiro público e temos que duvidas da eficácia, transparência e controle de fiscalização”, afirmou o petista.

“Não foi satisfatória (a reunião). A única coisa positiva foi o fato dele ter ficado de encaminhar as respostas. A CPI é um instrumento necessário para termos isso (respostas). Vamos continuar dialogo com os colegas (para tentar conseguir número mínimo de assinaturas para instaurar a comissão)”, destacou Thais Helena (PT).

Questionamentos

Os vereadores perguntaram, e o secretário não soube responder, por exemplo, quantas e quais empresas realizam o serviço de tapa-buraco na Capital e qual o preço pago por empresa.

Um questionamento comum foi sobre a fiscalização do serviço e qual a dotação orçamentária prevista para a manutenção de vias públicas no orçamento do município para 2015, e também quanto foi gasto nos três últimos anos.

“Para combater os buracos fantasmas e faturamentos fantasmas é necessário efetuar uma fiscalização eficiente  dos serviços de manutenção de vias públicas é imprescindível  fazer uma memória de cálculo dos serviços executados diariamente e atestada com assinatura dos encarregados e chefes de equipes. O Secretário pode nos apresentar a memória de cálculo dos serviços executados  por dia e empresas contratadas?”, questionou Thais Helena.

O presidente da Câmara, vereador Mario Cesar (PMDB), encerrou a reunião solicitando ao secretário que encaminhasse à comissão de obras da Casa as resposta “no prazo mais curto possível”.

Na rápida entrevista que concedeu ao final do encontro, Kako afirmou que pretende responder aos questionamentos e encaminhá-los à Câmara até o final desta semana. 

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