Estado, União e produtores definem regras para fim do conflito na aldeia Buriti

Um novo estudo será feito para definir valor do hectare da área de conflito 

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Um novo estudo será feito para definir valor do hectare da área de conflito 

Quase dois anos após o início dos conflitos na região indígena Buriti, em Sidrolândia, um acordo judicial discutido ontem, sexta-feira (20), por representantes do Governo Estadual, Federal e produtores rurais, pode definir a compra de 30 propriedades rurais até o próximo dia 30 de março.

“Faremos um acordo de conciliação no Tribunal Regional Federal (TRF), de São Paulo. Todos os órgãos estão envolvidos nesta questão como o Ministério Público, CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e AGU (Advocacia Geral da União)”, explicou após a reunião, Marcelo Veiga, assessor especial do ministro da justiça, José Eduardo Cardozo (PT).

Após a assinatura do documento de conciliação, peritos judiciais terão até 60 dias para avaliar as propriedades rurais e fixar o preço por hectare a ser pago aos fazendeiros. Até agora, pelo menos duas avaliações já foram feitas na região.

A perícia encabeçada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) estabeleceu preço das 30 propriedades que compõem a terra indígena Buriti em R$ 84 milhões. Já os proprietários encomendaram um estudo por uma empresa privada que estipulou os valores em R$ 124 milhões.

“Nós estamos buscando um consenso para a realização desse acordo que é um marco para a questão fundiária indígena no Brasil”, afirmou o secretário de governo, Eduardo Riedel.

Os representantes do Governo Federal explicam que para o pagamento das indenizações, os novos estudos precisam ser definidos até o fim do primeiro semestre de 2015, para que os proprietários recebam o dinheiro ainda em 2016.

“Essa ação é extremamente simbólica para todo país, já que reunir na mesa de negociação Governo Federal, Governo Estadual, índios e produtores parecia ser impossível. Conseguir essa ação em Mato Grosso do Sul, onde existe uma tensão clara, nos mostra que é possível avançar para outras regiões do país, inclusive”, afirmou o assessor especial do ministério da justiça.

Veiga apontou ainda que as outras regiões de conflito por terra, como Amambai e Dourados, também estão na lista de discussão da União. “Para os indígenas o acordo é tranquilo e para os produtores também, mas uma ou outra resistência existe e por isso eles irão se reunir”, disse ele, revelando que os produtores tem 10 dias para definir a assinatura do acordo.

“Hoje nós discutimos a minuta, já que existem alguns pontos que ainda não concordamos, como os valores da terra avaliados pelo Incra, além de outras coisas como o ressarcimento dos bens”, disse um produtores que participaram do encontro Vanth Vanni Filho.

Também participaram da reunião, o procurador federal geral, Renato Rodrigues Vieira, o procurador geral do Estado, Adalberto Neves Miranda, o procurador do Estado, Adriano Aparecido Arrias de Lima e o produtor Júlio Cezar Garabini, que ao lado de Vanth, representou os 30 produtores da região.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados

prefeito urt eleições