Oposição precisa conseguir adesão de pelo menos 13 vereadores para abertura de uma CPI

O discurso do prefeito Gilmar Olarte (PP) na sessão inaugural da Câmara de Campo Grande apesar de não ter convencido os vereadores, pelo menos serviu para amenizar a pressão para instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre irregularidades no serviço de tapa-buraco.

“Estou vendo os vereadores falando sobre isso [convocar uma CPI], tenho uma leitura, que é a de convocar os secretários, se não atenderem as expectativas, responder tudo aquilo que estamos indagando, ai sim tomamos as medidas”, declarou o presidente da Casa, vereador Mario Cesar (PMDB).

Apesar da afirmação de vereadores de oposição, como Paulo Pedra  (PDT) e Luiza Ribeiro (PPS), que afirmam a necessidade de instalação da comissão, Olarte ainda tem maioria na Câmara, e pode usar isso em seu favor.

“Não poderia cair a culpa sobre o funcionário, que ele não sai com o carro o sem saber para onde vai, ele recebe um direcionamento. Que o secretário venha pra cá e se explique, como é funcionamento e como conseguiremos combater desperdício de dinheiro”, defendeu o presidente da Casa de Leis.

Questionado sobre o assunto, o prefeito esquivou-se. “Está com o secretário de infraestrutura (Valtemir Brito)”, evitando comentar a questão, que classificou recentemente de ‘sensacionalista’.

O secretário de infraestrutura também não quis falar sobre as supostas irregularidades no serviço de tapa-buraco. “Não é o momento de falar disso”, disse Brito, alegando que o ‘momento’ era apenas da sessão inaugural da Câmara.

De pelo menos 10 vereadores ouvidos pela reportagem da Casa, seis defendem, ‘num primeiro momento’, a convocação do secretário (de infraestrutura) para prestar esclarecimentos. Para eles ainda não ‘elementos suficientes’ para abertura de uma CPI, mesmo com as inúmeras denúncias, além de imagens e vídeos do serviço realizado em ruas com os chamados ‘buracos fantasmas’.