Vereadores querem CPI do Jatinho, dos Buracos Fantasmas e da Folia

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), deve ter uma resposta de quem está e quem não está com ele na base de sustentação. Na próxima semana Olarte precisará e muito da base de sustentação dele na Câmara de Campo Grande para evitar três Comissões Parlamentares de Inquérito.

Oposição e até alguns vereadores aliados querem investigar a viagem do prefeito em jato de empreiteira, denúncia de irregularidades na Fundação de Cultura de Campo Grande e no serviço de tapa-buraco, com objetivo de investigar suposta operação “tapa-buraco fantasma”.

Com tanta suspeita no ar, o prefeito terá um teste de fogo com a base de sustentação. A dificuldade do prefeito é maior porque falta pouco mais de quatro meses para a próxima eleição e muitos vereadores não querem se arriscar a ter a imagem arranhada para dar cobertura a gestão de Olarte.

Muitos partidos já anunciam pré-candidatura, o que afasta muitos parlamentares de fazer parceria com Olarte. Ele, por sua vez, aposta as últimas fichas nestes próximos nove meses, quando tentará enfrentar uma gestão que ainda se arrasta. Há um ano no cargo, Olarte ainda não conseguiu tocar muitas obras que estavam paradas e enfrenta insatisfação em vários setores, incluindo Cultura e Saúde.

Nesta semana o líder do prefeito na Câmara, Edil Albuquerque (PMDB), anunciou que a partir de agora terá uma atuação mais efetiva como líder. Ele ficou mais motivado depois que o PMDB voltou a conversar com Olarte, prometendo mais um tempo para ele se recuperar. Agora Edil quer unir os vereadores, para saber quem defenderá o prefeito.

 CPI’s rondam Olarte

A CPI do jatinho é a mais recente. A oposição quer apresentar o pedido ainda nesta semana, para saber qual a justificativa do prefeito para ter contratado ou emprestado um jato da Itel, que tem contrato milionário com a prefeitura. Até agora Olarte não se pronunciou sobre a viagem em jato, mesmo anunciando crise na prefeitura.

Nesta segunda-feira (16) o secretário de Obras, Valtemir de Brito, vai à Câmara prestar esclarecimentos sobre o serviço de tapa-buracos em Campo Grande e precisará de muita habilidade para convencer os vereadores a não investigar o serviço de maneira mais aprofundada.

A oposição alega que vários buracos são tapados de uma só vez pelas empreiteiras e defende uma investigação mais apurada, com a CPI dos buracos. Esta será a terceira vez que Valtemir vai à Câmara. Na primeira vez não agradou os vereadores, por desconhecer o problema, na segunda levou 20 mil páginas de documento, todos digitalizados, e agora foi convocado para dar explicações sobre os contratos.

Também circula nos gabinetes um requerimento para investigar denúncia de irregularidade na Fundac. Os vereadores querem saber a situação da fundação, que sofre com falta de investimento da prefeitura. A investigação deve começar da gestão de Nelsinho Trad (PMDB), chegando até Olarte.

A CPI da Folia tem sete assinaturas: Chiquinho Telles (PSD), Luiza Ribeiro (PPS), Alex do PT, Thais Helena (PT), Eduardo Romero (PTdoB), Carlão (PSB) e José Chadid (sem partido). Já a CPI do Buraco parou na oitava assinatura: Chiquinho, Luiza, Alex, Thais, Ayrton do PT, Cazuza (PP), José Chadid e Paulo Pedra. A CPI do Jatinho ainda não foi anunciada na sessão ordinária e, por enquanto, tem apenas assinatura de alguns vereadores da oposição.