Vereadores já fazem elogios e acompanham prefeito em agendas públicas

As conversas reservadas do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), com vereadores mostraram resultado rapidamente. Em pouco mais de duas semanas, ainda que enfrente problemas nas áreas de cultura e saúde, por exemplo, o pepista está conseguindo reverter as críticas de vereadores em elogios e já está ganhando até companhia em eventos públicos nos quais, até dias atrás, conseguia reunir poucos parlamentares.

O prefeito foi prestigiado nas duas agendas que teve na sexta-feira (20) pela manhã. Além da presença dos vereadores, ganhou elogios a ponto de ninguém acreditar que os parlamentares estavam falando do mesmo prefeito que até alguns dias atrás corria risco de perder a maioria na Câmara.

Mesmo com um ano de mandato e pouquíssima obra lançada, o prefeito ouviu o vice-presidente da Câmara, Flávio Cesar (PTdoB), por exemplo, dizer que a administração anda com velocidade e desenvolvimento em todas as áreas.

Já Otávio Trad (PTdoB) fez questão de dizer que o prefeito está tratando segurança pública como prioridade desde o início do mandato. O mais curioso é que o próprio vereador usou a tribuna da Câmara várias vezes para dizer que Olarte corria risco de perder recurso para videomonitoramento por falta de continuidade administrativa.

Nem Olarte conseguiu fazer tantos elogios a própria gestão. Muito pelo contrário. Ele mesmo admitiu que até o momento pouco conseguiu fazer, o que motivou várias críticas dos vereadores e da imprensa.

“Não tinha nem como não criticar”, avaliou, lembrando das “surras” que levou da imprensa. Após admitir problemas, motivados segundo ele por dificuldade de arrecadação, Olarte pediu a presença dos vereadores, avisando que eles também precisam comemorar o bônus da gestão.

Investimento

Além dos vereadores, Olarte também se acertou com presidentes de partidos. Bastou uma conversa com Antonio João Hugo Rodrigues, presidente do PSD, para ele conseguir levar até o vereador Chiquinho Telles (PSD), responsável por várias críticas à gestão, para eventos da Prefeitura. Ele também conseguiu a façanha de manter o PMDB na base, mesmo com deputados pedindo para vereadores do partido se manterem bem longe dele.

Pouca coisa foi falada sobre a reunião de Olarte com os vereadores, visto que as mesmas foram reservadas. Mas, a avaliar pela rapidez na mudança de comportamento da Câmara, é possível perceber que as propostas foram boas o suficiente para vereadores nem se importarem com o que o eleitor vai pensar sobre a repentina transformação, já que falta pouco mais de um ano para a próxima campanha.

Até quando vai durar? Pouca gente sabe. Porém, na Câmara três requerimentos para abertura de CPI estão patinando há vários dias e o pedido de cassação apresentado pelo SOS Cultura dificilmente deve sair do papel.