Com salário R$ 33,7 mil deputado tenta justificar cota por passado “humilde”

Geraldo vai cursar Direito na UFGD ano que vem

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Geraldo vai cursar Direito na UFGD ano que vem

 notícia de que o deputado federal reeleito para seu quarto mandato, Geraldo Resende (PMDB), ingressou no curso de direito da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), pelo sistema de cotas destinado a alunos do ensino público com renda familiar maior que 1,5 salários mínimos causou tumulto nas redes sociais.

A informação, que foi divulgada pelo próprio Geraldo em sua página oficial no Facebook, chegou pouco depois da confirmação de que a partir de janeiro de 2015 o salário de um deputado federal será de R$ 33,7 mil, isso sem contar demais benefícios concedidos a parlamentares.

Na prática, Geraldo não cometeu nenhuma irregularidade, já que é oriundo do ensino público. “Mais uma vitória que atribuo à sólida formação que obtive por ter sido aluno da Escola Estadual Presidente Vargas, onde cursei os atuais ensino fundamental e médio. Nunca é tarde para adquirir novos conhecimentos e conquistar novos horizontes… curso de Direito em 2015… lá vamos nós!”, escreveu o deputado, que em sua página na internet afirma ter sido engraxate e picolezeiro na infância para ajudar no sustento da família.

Mesmo com o passado humilde, Geraldo Resende concluiu o curso de medicina pela Universidade Federal do Ceará, em 1982. Foi a atuação profissional em Dourados, que o levou a entra para a vida pública, em 1991 quando se elegeu vereador pelo município.

Se elegeu deputado federal pela primeira vez em 2002, e nas eleições deste ano sua declaração de bens feita à Justiça Eleitoral registra um patrimônio de R$ 2,4 milhões. Sua remuneração mensal bruta em 2015 será de 46,5 salários mínimos.

O Ministério da Educação explica que “as vagas reservadas às cotas (50% do total de vagas da instituição) serão subdivididas — metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos os casos, também será levado em conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”.

Outro fator que a chama a atenção no novo “desafio” de Geraldo é a conciliação de sua atividade parlamentar com a faculdade de direito, já que ele cumpre expediente durante a semana no Congresso Nacional em Brasília, o que, na teoria, o impossibilitaria de freqüentar as aulas.

O deputado foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado para comentar o assunto. Ele ainda é apontado como principal nome do PMDB para concorrer à prefeitura de Dourados em 2016.

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