Vereador sugere mudança do prefeito para rodoviária e de Câmara para o Paço Municipal

Os vereadores da Câmara de Campo Grande estão bastante incomodados com a possibilidade do prefeito Alcides Bernal (PP) atender a vontade de grande parte da população e mudar a Câmara para o prédio da antiga rodoviária. Eles garantem que não é questão de preconceito, mas de inviabilidade, visto que na opinião deles, seria mais caro mudar para o prédio antigo a construir um novo.

Diante do impasse, o vereador Edson Shimabukuro (PTB) deu uma sugestão um tanto quanto irônica frente à guerra entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo: Ele sugeriu que Bernal saia do Paço e vá para a antiga rodoviária, adaptando o prédio hoje ocupado pela prefeitura para receber os vereadores.

O vereador Paulo Pedra (PDT) gostou bastante da ideia, avaliando que desta forma o prefeito seria obrigado a revitalizar o local. Questionado sobre as várias ideias dos vereadores para resolver o problema, o que não era feito antes, Pedra admitiu que faltou cobrar o antigo prefeito, Nelsinho Trad (PMDB). Porém, ressaltou que Nelsinho não encontrou a solução e agora cabe a Bernal resolver o problema.

O presidente da Câmara, Mário César (PMDB), não entrou em polêmica, mas disse que seria mais difícil desapropriar o prédio da rodoviária, que tem vários donos. Ele deixou claro que não é contrário a mudança para o prédio, mas avalia que seria mais difícil, visto que seria preciso fazer um resgate social do entorno.

O vereador Airton Saraiva (DEM) opinou que seria mais barato construir um novo prédio. Ele avalia que o prefeito gastaria mais ou menos R$ 4,5 milhões para a construção de um novo prédio, de 3500 metros quadrados. Ele acredita que não há condições da prefeitura gastar uma fortuna para revitalizar o prédio da antiga rodoviária.

Saraiva defendeu que o prédio seja vendido e transformado em um grande centro comercial. Ele recordou que a antiga rodoviária era como um shopping da cidade, com as melhores lojas, restaurantes e cinema. Porém, com o passar do tempo, foi deixada de lado por conta do crescimento da cidade.

Os vereadores têm seis meses para deixar o prédio atual, de propriedade da Haddad Engenheiros Ltda. Eles podem ser despejados caso não cumpram a decisão judicial. A decisão veio após longo processo judicial, onde proprietários alegaram que a Câmara não pagava aluguel desde 2005, em uma dívida que chega a R$ 11 milhões. A maioria dos vereadores defende a permanência no prédio. Desta forma, caberia ao prefeito desapropriar o prédio, mesmo contra a vontade dos proprietários.