Bernal terá que pagar cerca de R$ 9 milhões da gestão passada, calcula Secretário

O Secretário Municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur da Silva, disse que o valor é estimado em cima de cálculos e demonstrações já analisadas pela atual gestão.

Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (25) na Câmara Municipal de Campo Grande, o Secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur da Silva declarou que Bernal terá que pagar R$ 9 milhões de despesas que deveriam ter sido calculadas pela gestão de Nelson Trad Filho.

“É um dinheiro que foi aplicado e entrou nos cofres para fins determinados e que terá que ser devolvido no futuro”, explicou.

Em documento entregue pela secretaria aos vereadores, constam os cálculos deixados pela gestão anterior atualizados até o momento, de acordo com o analisado pela secretaria. Foram R$ 2.084.204.859,46 arrecadados entre janeiro e dezembro de 2012 e R$ 305 milhões em dívida consolidada líquida.

A prestação de contas foi promovida pela Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, composta pelos vereadores Grazielle Machado (presidente), Flávio César (vice), Alceu Bueno, Carla Stephanini e Herculano Borges.

A maior dúvida entre os vereadores foi em relação ao dinheiro deixado em caixa. Dos R$ 246 milhões, nada sobrou para ser aplicado, ao contrário do anunciado anteriormente.
“Está tudo empenhado, não tem nada sobrando para ser usado, está todo comprometido”, declarou o Secretário.

A Câmara Municipal recebeu dois documentos: o entregue nesta tarde e outro, declarado pelo Tribunal de Contas, que apresentavam divergências nos valores. “Ainda estamos fechando tudo, contabilizando. Não temos ainda números definitivos para apresentar”, explica Ben Hur.

Muitos contratos foram desfeitos a poucos dias do fim da gestão de Nelson Trad Filho, gerando diferenças nos números apresentados. “Vamos identificar caso a caso, se foi autorizada a despesa, por que foi anulado o empenho?”, questionou.

Todos os índices, segundo Wanderley Ben Hur, estão abaixo da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em operações de crédito foram empenhados R$ 51 milhões. São R$ 70 milhões em obras para o remanejo de águas e recuperação das margens do Rio Anhanduí, R$ 20 milhões para construção de pontes, passarelas e semáforos de recursos recebidos.

Os vereadores se comprometeram a avaliar os dados e se reunir com o gestor anterior e o atual para tirar novas dúvidas, embora Ben Hur tenha declarado que não tem definida uma data para fechar integralmente os cálculos.

Sobre transparência na gestão, que foi aplicada por Nelson Trad Filho, o Secretário anunciou que as contas da prefeitura devem ser publicadas. “É difícil fazer, mas existem ferramentas nos computadores para disponibilizarmos todas as transações online. Era uma meta que estava no programa de governo e que deverá ser cumprida”.