Em tom misterioso, o governador (PMDB) revelou ter conversado sobre política com a presidente Dilma Rousseff (PT). As duas lideranças se reuniram na última quinta-feira (12) em audiência realizada no Palácio do Planalto. O encontro durou mais de uma hora.

Cauteloso, o chefe do Executivo sul-mato-grossense não quis entrar em detalhes sobre o assunto político debatido com a presidente. “A única coisa que eu não posso falar é sobre isso. Ela quem tem que falar, eu seria indelicado e mal-educado se eu tratasse coisas que nós tratamos sem que fosse dito que poderia ser divulgado”, frisou.

Puccinelli assegurou que não tocou no assunto do pedido de nomeação do presidente regional do PDT, Dagoberto Nogueira, em diretoria da Eletrosul. A solicitação partiu dos petistas de MS que lutavam pelo apoio pedetista nestas eleições.

Sem mágoas

Depois de apoiar o tucano José Serra (PSDB) nas eleições de 2010 e ser “deixado no altar” por Dilma, Puccinelli garantiu que o relacionamento com a presidente anda bem. “Ela nunca esteve descontente comigo, como eu nunca estive descontente com ela”, afirmou.

Segundo o governador, o suposto desentendimento com a presidente foi uma tentativa de “envenenamento”. “Eu nunca briguei com ela, envenenaram ela, quiseram envenená-la e não conseguiram envenenar”, pontuou.

Ao lado do senador Waldemir Moka (PMDB), André Puccinelli disse que aproveitou a reunião para questionar Dilma o porquê de ter sido “abandonado no altar”. A resposta da presidente, segundo o governador, foi um singelo “é”.

Diferente de 2010, quando esteve ao lado do candidato a presidente da República José Serra, o PMDB de Mato Grosso do Sul cogita apoiar a reeleição de Dilma Rousseff em 2014. A estratégia seria uma resposta aos tucanos do Estado que ensaiam uma aproximação com o PT em pelo menos 18 dos 79 municípios do Estado.