Família de jornalista morto em MS critica Jacini e Puccinelli por demora na investigação

Assassinato do jornalista Paulo Rocaro completa um mês nesta segunda-feira (12); a ausência de informações sobre o caso gerou críticas ao Governo do Estado

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Assassinato do jornalista Paulo Rocaro completa um mês nesta segunda-feira (12); a ausência de informações sobre o caso gerou críticas ao Governo do Estado

O assassinato do jornalista Paulo Rocaro, de Ponta Porã, completa um mês nesta segunda-feira (12). Sem novidades sobre o andamento das investigações, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, e o governador André Puccinelli foram duramente criticados em Audiência Pública realizada na última sexta-feira (09) na Assembleia Legislativa.

O primeiro a lamentar o episódio foi deputado estadual Alcides Bernal (PP), propositor do evento que teve como tema “A Violência Contra a Imprensa e seus Profissionais”. O parlamentar criticou a ausência de membros da Polícia Civil convidados para a Audiência. O único representante da segurança pública presente era o comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto David dos Santos. 

Humanamente impossível 

Representante dos familiares de Paulo Rocaro, o jornalista Edmondo Tazza reforçou as críticas ao secretário Wantuir Jacini e ao governador André Puccinelli. De acordo com ele, ambos haviam prometido encaminhar a Ponta Porã um profissional da Delegacia Especializada em Homicídios para auxiliar às investigações, mas até o momento ninguém teria sido enviado para a região. 

Segundo Tazza, o caso vem sendo apurado apenas pelo delegado Odorico Ribeiro de Mendonça Mesquita, de Ponta Porã. “Até hoje apenas um delegado está à frente das investigações. É humanamente impossível, mas a morte do Rocaro não vai nos intimidar […] O delegado diz que tem apenas hipóteses. Pelo andar da carruagem nós não vamos chegar a lugar nenhum”, lamentou. 

Para Jacini, Polícia Federal não é necessária 

Apesar das críticas referentes a morosidade das investigações, Wantuir Jacini afirma que o caso ainda não exige uma intervenção da Polícia Federal. O secretário considera que o inquérito sobre o assassinato de Paulo Rocaro tem sido bem encaminhado. 

Para Odorico Mesquita, a transferência do caso para a esfera federal seria ilícita, “pois a Polícia Federal não tem competência constitucional para isso”, disse o delegado em entrevista à Agência Brasil. 

Por outro lado, jornalistas da região consideram que a identificação dos motoqueiros que mataram Rocaro e o esclarecimento do motivo do crime exige a participação de outras forças. De acordo com eles, a estrutura da Polícia Civil de Ponta Porã não é suficiente. 

Além do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do setor de inteligência da Polícia Militar, o delegado de Ponta Porã garantiu que a Delegacia Especial de Homicídios de Campo Grande também está no caso. 

Encaminhamentos 

Ao final da Audiência Pública, os participantes elaboraram uma série de reivindicações que serão solicitadas através da Assembleia Legislativa. Entre elas, Alcides Bernal destaca o pedido ao Ministério da Justiça e Relações Exteriores para a efetivação dos acordos já firmados com o governo paraguaio. O objetivo é o de esclarecer crimes ocorridos na fronteira, como o que vitimou Paulo Rocaro.  

A Assembleia Legislativa também irá requerer informações da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul sobre a invasão de hackers ocorrida há dois anos no jornal eletrônico Midiamax. Relatos de ameaças a jornalistas sul-mato-grossenses e informações sobre o assassinato de Rocaro também serão encaminhados ao órgão. 

“Também iremos comunicar a Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional e do Senado para informar sobre estes delitos contra jornalistas no Mato Grosso do Sul e apresentar a proposta de federalização de crimes contra a imprensa”, concluiu Alcides Bernal. 

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