Planilha do reajuste está pronta, mas prefeito Nelsinho disse que não conhece o valor; vereador Bernal questiona: “como ele não sabe se é o órgão da prefeitura que faz o calculo?”

Embora o prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PMDB), tenha dito que “não vai ter muita conversa” acerca da proposta que define o reajuste da tarifa de ônibus na cidade até março, os vereadores disseram que já ensaiam uma série de manifestações que vai pedir o congelamento da passagem, que custa hoje entre R$ 2,30 e R$ 2,50, tida como uma das mais caras do país.

A planilha que indica o reajuste já está pronta, mas Nelsinho disse hoje que não conhece seus números, afirmação contestada pelo vereador Alcides Bernal, do PP, que integra a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara. “Como é que ele [Nelsinho] não sabe, se quem prepara a planilha é o órgão ligado à prefeitura”.

Quem soma, diminui, calcula o reajuste é a Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos, a conhecida Agreg.

O prefeito confirmou que a planilha está pronta e que pretende discutir o assunto por meio de audiência pública “depois do dia 15”. Ele tem até o dia 1 de março para determinar o valor do reajuste. “Não tem muito conversa, não. É só apresentar [a planilha] ao Ministério Público e os vereadores”, disse.

No ano passado, o reajuste foi concedido debaixo de protestos. Tanto vereadores quanto representantes de entidades civis reclamaram que a planilha só foi mostrada quando o valor do aumento já havia sido decidido.

O vereador Alcides Bernal, em discurso na sessão de hoje, disse que até agora não sabe nada da planilha e que o assunto deve ser debatido logo, antes da proposta do prefeito, que pensa em dialogar o assunto após o dia 15 de fevereiro.

Pela proposta de Bernal, a audiência deve ser participada pelos representantes da Agência Regulação, que prepara os números do reajuste e também o prefeito da cidade, que autoriza ou não o aumento da tarifa.

“Devemos receber as informações da planilha antes de anunciar o reajuste como ocorreu no ano passado. Queremos manter a tarifa congelada”.

No ano passado, o reajuste foi questionado por meio de ação protocolada no Ministério Público Estadual, mas o recurso não andou.

O vereador Lídio Lopes, do PP, membro da Comissão de Transportes da Câmara, compartilha o manifesto de Bernal e também disse que vai brigar pelo congelamento da tarifa.

Já o vereador Mário Cesar, do PPS, disse o assunto é preocupante e é outro que vai pedir o congelamento.

Quanto custa

A tarifa de ônibus em Campo Grande é taxada em três faixas: quem compra o cartão magnético que armazena as passagens, paga R$ 2,30. Sem o cartão, a tarifa custa R$ 2,50. Já quem usar os conhecidos fresquinhos, ônibus equipado com ar condicionado, desembolsa R$ 3,00.