Jucimar Galvan, Joesley da Rosa e Márcio André Rocha Farias, de 45, 35 e 44 anos, respectivamente, presos com armas e munições em suas residências durante a Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), tiveram a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira (27).

Os três foram presos na terça (26), em , e em depoimento, exerceram o direito de ficar em silêncio. Na manhã desta quarta, o empresário, o motorista de caminhão e o auxiliar de vendas, passaram por audiência de custódia e o juiz determinou a prisão preventiva deles.

O empresário Jucimar Galvan foi preso com arma em casa, no bairro Universitário, e 6 munições de origem estrangeira. Já o motorista Joesley estava com um revólver calibre .38 carregado com 7 munições no momento da prisão, na Vila Rica. E o auxiliar de vendas, Márcio André, foi preso com um revólver calibre .38 Special carregado com cinco munições no Residencial Oliveira. Nas buscas, foram encontrados cadernos com anotações suspeitas.

A operação foi deflagrada contra grupo criminoso que tinha policiais civis como membros para fazer o transporte de cocaína em viaturas, já que não eram paradas nas rodovias. Foram expedidos 21 mandados de prisão e busca e apreensão.

Outro preso durante a operação, Frank Santos de Oliveira, de 46 anos, disse que a pistola encontrada em sua oficina foi achada por ele na rodovia entre Sonora e Coxim e que resolveu ficar com a arma, já que estava inutilizada. Ele foi preso em sua casa no bairro Guanandi.

Operação Snow

Segundo o MPMS (Ministério Público Estadual), a organização era altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, entre eles policiais cooptados pela organização. O grupo usava empresas de transporte para lavar o dinheiro.

Uma das maneiras utilizadas pelo grupo para trazer a droga de Ponta Porã até Campo Grande, de onde saía para outros estados, era o chamado “frete seguro”, por meio do qual policiais civis transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que, como regra, não era parada, muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública.

O grupo transportava a droga oculta em meio a uma carga lícita, o que acabava por dificultar a fiscalização policial nas rodovias, principalmente quando se tratava de material resfriado/congelado, já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado.

A organização ainda fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas, para assim chamarem menos a atenção em eventual fiscalização policial. Ainda segundo o Gaeco, foi possível identificar mais duas toneladas de cocaína da organização criminosa, apreendidas em ações policiais.