Um dos alvos da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na terça-feira (26), em Campo Grande, tem passagens por roubo e falsidade ideológica. Ele foi preso em sua casa no bairro Guanandi.

Frank Santos de Oliveira, de 46 anos, disse que a pistola encontrada em sua oficina foi achada por ele na rodovia entre Sonora e Coxim e que resolveu ficar com a arma, já que estava inutilizada. Ele ainda confessou que tinha passagens por roubo e falsidade ideológica. Ele deve passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (27).

A operação foi deflagrada contra grupo criminoso que tinha policiais civis como membros para fazer o transporte de cocaína em viaturas, já que não eram paradas nas rodovias. Foram expedidos 21 mandados de prisão e busca e apreensão. 

Prisão em oficina 

Os policiais chegaram a casa por volta das 6 horas para cumprir mandado de busca e apreensão, mas quando entraram na oficina encontraram uma pistola em cima de um balcão. Ele acabou recebendo voz de prisão e foi encaminhado para a delegacia.

Operação Snow

Segundo o MPMS (Ministério Público Estadual), a organização era altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, entre eles policiais cooptados pela organização. O grupo usava empresas de transporte para lavar o dinheiro.

Uma das maneiras utilizadas pelo grupo para trazer a droga de Ponta Porã até Campo Grande, de onde saía para outros estados, era o chamado “frete seguro”, por meio do qual policiais civis transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que, como regra, não era parada, muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública.

O grupo transportava a droga oculta em meio a uma carga lícita, o que acabava por dificultar a fiscalização policial nas rodovias, principalmente quando se tratava de material resfriado/congelado, já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado.

A organização ainda fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas, para assim chamarem menos a atenção em eventual fiscalização policial. Ainda segundo o Gaeco, foi possível identificar mais duas toneladas de cocaína da organização criminosa, apreendidas em ações policiais.