Railson de Melo, acusado de matar Danilo César de Jesus, de 29 anos, em março de 2023, negou a autoria do crime, na manhã desta quarta-feira (20), durante seu depoimento no julgamento sobre o assassinato do acadêmico.

“Fácil jogar a culpa em cima de mim”, disse Railson para os jurados e o magistrado. Railson ainda se descreveu como uma pessoa calma e fácil e que não tinha preconceitos com homossexuais. Ele falou que resolveu ajudar Danilo a comprar drogas por ver que ele era uma pessoa da ‘sociedade’.

Segundo Railson, os dois compraram drogas de uma pessoa conhecida como ‘Corumbá’, cerca de R$ 30 em porções de pasta base, mas a droga acabou e ‘Corumbá’ não queria aceitar iPhone na negociação. “Quando você está usando faz qualquer coisa”, disse.

Na delegacia, Railson deu três versões para o crime e disse que foi obrigado a confessar. 

Delegado estranhou B.O

O delegado da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas), José Roberto, falou sobre a investigação do assassinato de Danilo Cézar de Jesus, de 29 anos, morto em março de 2023. José Roberto falou da estranheza ao ver o registro do boletim de ocorrência.

Todos os dias, segundo o delegado, ele costuma ver os boletins registrados, mas a ocorrência chamou atenção por não ser comum. “Cursava mestrado, fugia do padrão”, disse José Roberto. Ainda de acordo com o delegado, os amigos de Danilo foram fundamentais para o caso, já que levaram imagens que haviam conseguido da saída do acadêmico da boate.

O delegado lembrou da preocupação de Railson quando preso de negar que havia mantido relações sexuais com Danilo. “Não estava preocupado com o homicídio”, disse José Roberto. O delegado ainda reafirmou que a morte de Danilo foi causada por uma pancada na cabeça, e não o mata-leão. Mas, não ficou determinado se por pedradas ou pauladas.

“Doce e prestativo”, disse o professor Álvaro Banducci sobre Danilo. Álvaro falou sobre a importância do acadêmico em pesquisas, sendo que uma delas foi vencedora de prêmio. Ele ainda falou que quando Danilo foi assassinado estava no meio de outra pesquisa de acadêmicos de medicina brasileiros que estudavam em Pedro Juan Caballero. A mãe de Danilo não quis falar com a imprensa.