A “Gangue das Mulheres” voltou a aterrorizar funcionários e no Centro de . O último caso informado ocorreu no sábado (20) em uma loja na Rua 14 de Julho. Ao perceber a ação de duas mulheres que teriam pegado um micro-ondas e uma fritadeira, uma funcionária tentou impedir e foi agredida por uma das ladras.

O caso aconteceu por volta das 16h. Funcionários visualizaram quando duas mulheres entraram na loja e furtaram os eletrodomésticos. Eles conseguiram interceptar uma delas e foram agredidos, mas os produtos foram recuperados e a mulher fugiu a pé. A comparsa conseguiu entrar em um veículo que a aguardava dando suporte.

Conforme registro da ocorrência, os furtos foram praticados no mesmo ‘modus operandi' pelo grupo conhecido pelos crimes em comércios da região central.

A de uma das funcionárias entrou em contato com o Jornal Midiamax para relatar o medo dela e da filha, de 19 anos, que inclusive foi agredida no dia. A menina teve os óculos quebrados durante a briga. “Imagina se a ladra estivesse com uma faca? Tinha esfaqueado a minha filha”, reclamou a mulher.

Segundo ela, a filha estava responsável no dia por ‘cuidar' a loja. “Tem acontecido direto, mas eles não têm um cassetete pra se defender, não tem segurança. Tem um prevenção que consta que trabalha lá, mas ele não fica lá. Minha filha já foi ameaçada outras vezes. Ela corre perigo lá dentro”, explica a mãe.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que uma das mulheres sai com o produto para fora da loja e, depois, começa uma confusão com funcionários da loja.

De acordo com a mãe da funcionária, as ladras só furtam produtos de alto valor e são pessoas bem vestidas e que contam com a ajuda de um veículo dando suporte. “São conhecidas pelos comerciantes”.

Conforme o delegado titular da 1ª delegacia, que investiga crimes na região central, Giulliano Biacio, há investigações desse tipo de crime. Segundo ele, possivelmente as autoras fazem parte de um grupo maior, composto em sua maioria por mulheres que furtam várias lojas no Centro e quando abordadas agem de forma agressiva e gritam. “Parte do grupo está presa outra parte foi presa, mas estão soltas”, explicou, sem dar mais detalhes da investigação.

Conforme o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, o problema é ainda maior, já que o grupo é extremamente organizado. Cerca de 8 mulheres agem na região central há quase dois anos. Elas faturam aproximadamente R$ 8 mil por dia com produtos de furtos.

“A polícia age bastante. Tem Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Civil. Eles prendem, mas o problema é que entre 10 e 15 dias elas já estão soltas novamente e voltam a agir, deixando o trabalhador em extrema fragilidade”, explicou.

Segundo Adelaido, as criminosas inclusive conseguem informações sobre os funcionários, como nome de familiares e endereços como forma de intimidarem para que não sejam abordadas. “Eles ficam com receio de abordar, pois são ameaçados e constrangidos”, disse.

“É uma pandemia de furtos. Nós criamos grupos de com lojistas e a polícia, mas o problema está no judiciários que vê crime como de menor potencial ofensivo e solta as mesmas mulheres diversas vezes”, afirmou o presidente da CDL.

Ainda segundo explicou, a região central está tendo muitos estabelecimentos fechados, inclusive tem enfrentado dificuldades na contratação de funcionários, pois ‘trabalhar com o público já é algo difícil e o funcionário agora ainda tem que lidar com criminosos'. “A orientação é segurar a pessoa na loja, mas se o policial que é uma pessoa preparada corre risco de morte, imagina um fiscal de loja?”

A investigação continua, porém as duas autoras do último caso ocorrido no sábado (20) fugiram. Apesar do caso ter sido registrado como furto, a tipificação pode ser alterada para roubo já que houve agressão envolvendo a autora.

Gangues das Mulheres

No ano passado o Jornal Midiamax noticiou que 5 mulheres se tornaram réus por furtos. Elas aterrorizavam comerciantes no Centro. Duas delas já haviam sido denunciadas quatro vezes pelo crime.

Na primeira denúncia, consta que  dia 4 de abril, Mayra Trielle Alves, de 31 anos, e Yasmin de Araujo, de 24 anos com outras comparsas ainda não identificadas, furtaram 65 peças de roupas de uma loja no Centro. Outros furtos foram cometidos no mesmo dia, em loja de cosmético, em loja de variedades e outra loja de roupas. Naquele dia, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) acabou prendendo as duas acusadas em flagrante. Elas tiveram as prisões convertidas em preventiva e já eram suspeitas de outros furtos.

Na segunda denúncia, consta que dia 16 de abril Jéssica Pontes Milan, 26 anos, Maysa Hellen Andrade, 22 anos e Eduarda Gabriely de Lima, de 21 anos,  furtaram vários produtos de uma loja de cosméticos no Centro. Conforme a denúncia, as três acusadas ainda estavam com mais uma comparsa, não identificada, e entraram na loja com sacolas. Assim, passaram a colocar os produtos dentro dessas sacolas e fugiram em seguida, sem pagarem. Um funcionário acabou perseguindo as mulheres e deteve Jéssica, na Praça dos Imigrantes. As outras três envolvidas abandonaram as sacolas e conseguiram fugir.

O grupo também aparece como autor em uma denúncia realizada em 2018, por furtarem um hipermercado de Campo Grande. 

As imagens abaixo mostram uma confusão logo após um dos furtos realizados pelo grupo. No vídeo é possível ver um homem, que parece ser segurança do local, ser agredido com diversos objetos arremessados contra ele. Outro vídeo, gravados por câmeras de segurança, mostram as mulheres se reunindo na frente de uma loja.