Procon passa a ter PMs na segurança cinco meses após assassinato em audiência de conciliação
Há ainda previsão para os próximos dias da instalação de detectores de metais
Mirian Machado –
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Cinco meses após o empresário Antônio Caetano de Carvalho, 67 anos, ser assassinado dentro de uma das salas do Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul) durante audiência de conciliação, o órgão recebe policiais militares para fazer a segurança durante o período de atendimento. Há ainda previsão para os próximos dias da instalação de detectores de metais.
Segundo o órgão, os militares, que passaram a fazer a segurança esta semana, estão no local das 7h às 19h, ampliando ações que já haviam sido implementadas desde abril com a realização de rondas semanais.
“Estamos promovendo em conjunto as melhorias necessárias nos processos de segurança ora adotados no Procon/MS. Com o suporte da Polícia Militar, via Sejusp, reforçamos os trabalhos preventivo e de inteligência, que já estavam em curso”, afirma a titular da Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), Patrícia Cozzolino.
A presença dos PMs faz parte do protocolo de intenções firmado entre a Sead e a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), com base no relatório de segurança entregue pelo Procon MS em maio, no qual consta diagnóstico de ajustes as necessidades de tratamento de riscos da instituição.
A ação é paralela a fase preparatória de processo administrativo para mudança da sede do Procon MS, onde se buscará qualificar a estrutura de atendimento com a garantia de segurança ao público e aos servidores da instituição.
Para a secretária-executiva do Procon MS, Nilza Yamasaki, a medida reflete compromisso em se assegurar atendimento de qualidade e seguro aos consumidores, fornecedores e servidores. “Temos ainda previsto para os próximos dias a finalização do processo de cessão e instalação de aparelho pórtico detector de metais, em cooperação com a Penitenciária Federal de Campo Grande”, destaca Nilza.
Sem segurança
Na época do crime, o órgão não tinha nenhum tipo de segurança, nem policiais ou guardas para auxiliarem. Mesmo após o assassinato, o órgão seguiu com promessas de melhorar a situação, sem sucesso até esta semana.
No local ficava apenas um guarda noturno a partir das 17h30, quando encerra o expediente. Nada havia mudado e o medo tomou conta de funcionários com a situação.
Assassinato
Antônio foi morto com três tiros na cabeça disparados pelo PM reformado José Roberto de Souza após cobrança de dívida de R$ 630 referente a um serviço feito na caminhonete do autor.
O filho da vítima explicou ao Jornal o Midiamax que o policial trocou o motor da caminhonete no fim do ano passado, mas deu problemas e o militar reformado reclamou, sendo que voltou a empresa para refazer o serviço, mas ocorreu a demora, já que era fim de ano e a empresa entrou em recesso. Neste período, o policial acabou entrando com uma ação no Procon.
Mas, o serviço foi refeito e Caetano havia pedido para que o policial retirasse a queixa no Procon já que tudo havia sido feito. No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário estava na sala de conciliação e o policial reformado teria sido cobrado desse saldo devedor de R$ 630, quando o militar teria dito “vou pagar”.
“Meu pai nunca teve problemas com clientes, nunca havia tido qualquer reclamação no Procon nestes 50 anos de atuação no mercado”, disse o filho de Caetano, ainda muito abalado com o assassinato. Em seguida, José levantou e sem dizer mais nada atirou três vezes contra o empresário, que morreu no local.
Uma funcionária, de 45 anos, relatou o momento de desespero. Segundo ela, na hora, havia muitos clientes e servidores no local. “Foi tudo muito rápido. Escutei uns três ou quatro disparos. Começamos a entrar debaixo das mesas. Foi desesperador. O nosso medo era de ele sair atirando em todo mundo”, relatou. Ainda segundo ela, apesar da sala ser aos fundos de onde ocorreu o crime, não viu a hora que o atirador saiu e passou por ela.
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