“Herói”, é como Luiz Carlos Costa, de 47 anos, é reconhecido. O corpo dele foi encontrado no início da tarde desta terça-feira (3), três dias após desaparecer no Rio Botas, após salvar uma criança de afogamento em Ribas do Rio Pardo, distante 103 km de Campo Grande.

Luiz trabalhava como promotor de vendas em um supermercado atacadista, solteiro e sem filhos, ele morava com a irmã e com a mãe em Campo Grande.

Após três angustiantes dias de espera, a família se despedirá do herói, isso porque Luiz morreu após salvar uma criança que se afogava no mesmo local.

Camila da Costa, irmã de Luiz, ainda bastante abalada, contou ao Jornal Midiamax que a criança salva pelo irmão chegou a visitar a família na segunda-feira (2). “Ela chorou e agradeceu. Falou que ele é o herói dela”, disse.

Nas redes sociais a irmã lamentou a perda de Luiz. “Imagina várias coisas para essa virada o ano, mas a única coisa que eu jamais imaginaria era perder meu irmão. Não imaginei passar mais de 24h dentro de um carro esperando uma equipe chegar com a pior notícia, não imaginei à meia noite trocar meus votos de ano novo por um só pedido, de te encontrar com vida… A única coisa que me trás conforto é que você partiu como um guerreiro salvando a vida de uma criança e isso jamais será esquecido entre nós”.

Local onde Luiz desapareceu (Foto: Notícias do Cerrado)

Afogamento

Militares do Corpo de Bombeiros o encontraram na tarde desta terça-feira, a 1.400 metros de onde ocorreu o afogamento. Na segunda-feira choveu, o que dificultou as buscas, como o tempo estabilizou nesta terça foi possível encontrá-lo.

A perícia foi acionada e está a caminho do local.

A irmã da vítima contou ao Jornal Midiamax que o irmão participava com outras pessoas da mesma igreja de uma confraternização, na chácara do pastor, que fica na área rural da cidade. Depois seguiram para o rio, onde uma criança se afogava e mesmo sem saber nadar, Luiz pulou e a salvou, mas não conseguiu sair da água. Ele foi levado pela correnteza.

“Um rapaz até tentou agarrar meu irmão, mas veio uma correnteza forte e ele quase se afogou, mas como sabe nadar, conseguiu voltar, mas meu irmão foi”, lamenta.

O grupo que estava com a vítima só conseguiu contatar os Bombeiros, no final da tarde e por conta da visibilidade as buscas foram iniciadas no domingo (1º). Segundo o Corpo de Bombeiros a água do rio é bastante turva, o que dificultou na visualização submersa. O rio tem bastante correnteza e muitas pedras. No domingo, o barco dos militares chegou a virar após bater em uma pedra, o que também atrasou as buscas.