Número de crimes de violência contra mulher cai 53% em MS em quatro meses
Comparando com o mesmo período do ano passado, o feminicídio, por exemplo, sofreu redução considerável de registros em delegacias no Estado
Karina Campos –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Os primeiros 120 dias deste ano apontam redução em crimes de violência contra mulher em Mato Grosso do Sul. Registros de feminicídio, por exemplo, tiveram queda de 53,33% se comparados com o mesmo período do ano passado, segundo o portal de estatísticas da Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública).
Com base nos dados, em 2022 foram registrados 691 boletins de ocorrência sobre abuso sexual em delegacias, sendo o maior pico em janeiro, com 198. Já em 2023, houve leve redução de 3,33%, com registro de 668 mulheres vítimas de estupro. O mês com maior registro também é janeiro (215) e o menor é abril (120).
O balanço dos quatro meses mostra que 15 mulheres perderam a vida com crime qualificado como feminicídio, a maioria causada por companheiros, durante 2022, sendo sete só em janeiro. Neste ano houve queda significativa de sete casos, sendo um em abril e dois nos demais meses.
Nos casos de violência doméstica, aqueles que envolvem todo tipo de agressão, como a psicológica, física e verbal, a redução foi de 7,14%. No ano anterior, foram 6.847 notificações contra 6.358 em 2023. Com base no monitoramento, há sempre elevação no mês de janeiro, período de férias e festas de começo de ano.
Queda sem explicação imediata
Desde o início de abril, delegacias de Mato Grosso do Sul se adaptam à nova lei que determina o funcionamento de 24h em delegacias da mulher. A nova regra foi sancionada pelo presidente Lula (PT), prevendo que toda mulher tem o direito de ser atendida em uma sala privada, de preferência por policiais femininas, com objetivo de oferecer conforto e assistência.
A delegada e titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em Campo Grande, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, reforça que não há um motivo específico que explique o fenômeno da redução. O estudo é preparado com base nos dados anuais, entretanto, afirma que houve redução estadual.
“O feminicídio, por exemplo, tem variação de ano para ano, sem explicação plausível. Isso nos leva a refletir que a causa pode ser reflexo de toda ação da sociedade civil, da rede de proteção, do trabalho feito e da informação levada para população. Isso só é possível com políticas púbicas eficientes e eficazes. Talvez, esperamos que sim, possamos comemorar o esforço do nosso trabalho”, disse.
Embora já tenha sido adotado no Estado, recentemente mudanças na Lei Maria da Penha inserem o artigo que autoriza o pedido da medida protetiva de urgência sem a necessidade de um boletim de ocorrência feito on-line ou presencialmente.
“O pedido pode ser feito não só na delegacia, mas em qualquer instituição do poder público, como o Ministério Público, Defensoria e judiciário. A obrigatoriedade das delegacias de 24h em todo Brasil é uma modificação muito recente, não faz um mês, ao passo que a redução vem desde janeiro. [A medida que] houve reforço nas delegacias, os números cresceram. É um cenário que nos traz uma boa perspectiva, [pois] antes casos eram escondidos [e] agora estão sendo apresentados. A mulher se sente cada vez mais segura e confortável para falar sobre a violência”.
Denuncie!
Na maior parte dos casos, a mulher deixa de procurar ajuda por resistência ao julgamento e vergonha. O Ministério da Justiça possui o canal de ligação, onde a denúncia pode ser anônima tanto da vítima como da testemunha, pelo 180.
O Governo do Estado dispõe do site Não se Cale, da Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, com diversas informações e meios de procurar ajuda. Além dos meios citados, o canal disponibiliza uma ouvidoria própria para receber denúncias de violência doméstica ou de violação aos direitos da mulher.
Notícias mais lidas agora
- Motociclista bêbada é presa na MS-316 e diz que estava a caminho de entrevista de emprego
- Idoso morre após se engasgar com pedaço de carne no Centenário em Campo Grande
- Fotógrafo fez vítima olhar fotos com ‘reações’ a abuso sexual em estúdio de Campo Grande
- ‘Destruiu minha família’, diz filha de Belquis, morta há um ano em acidente no Centro de Campo Grande
Últimas Notícias
Em reunião de portas fechadas, Aliançados bate o martelo, fecha unidades e decide individualizar administração
Denúncia foi feita por ex-membro da comunidade à reportagem do Jornal Midiamax
UFMS abre seleção para transferências, refugiados e portadores de diploma
Instituição de ensino superior possui vagas não preenchidas para ingresso no primeiro semestre de 2025
VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
Testemunhas relataram que motociclista teria batido em retrovisor de veículo momentos antes
Key Alves leva golpe nos EUA e faz desabafo nas redes sociais
A ex-BBB aproveitou o desabafo para fazer um alerta aos seguidores
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.