O mês de março tem 18 julgamentos marcados no Tribunal do Júri em Campo Grande, entre eles, casos de grande repercussão como dois casos de feminicídios, além do assassinato de um adolescente durante suposta “brincadeira” e casos envolvendo facções criminosas.

Na quinta-feira (2), Alexander Rodrigues de Matos vai a julgamento por matar José Joacir Mendes de Azevedo após briga por conta de uma marmitex. Ele alega legítima defesa. O crime aconteceu em fevereiro de 2021. Na época do crime, Alexandre foi abordado por guardas municipais da base da Praça do Rádio Clube que desconfiaram dele estar andando transtornado pelas ruas do Centro. Ele confessou que havia acabado de matar uma pessoa após um desentendimento por causa de um marmitex.

Alexandre apontou o local do ocorrido e, ao chegarem ao local, os guardas já encontraram uma equipe da Polícia Civil e da perícia. O corpo de José foi encontrado por funcionários da Solurb, com lesão no crânio. Próximo ao corpo foi apreendida uma barra de ferro e o marmitex parcialmente consumido.

No dia da mulher, dia 8, será o julgamento de Antônio Benites, acusado de matar a própria irmã Patrícia Benites Servian estrangulada após desentendimento, na presença dos filhos da mulher. O homem ainda escondeu o corpo nos fundos da casa por quase 20 horas.

Outro irmão foi quem entrou na residência e encontrou o corpo da mulher enrolado. O assassino ainda teria tentado cavar uma cova atrás do tanque. Ele responde por homicídio qualificado por asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima.

Em 15 de março, será julgado dois acusados de ter participação na morte de John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos. Em depoimento, todos os policiais confirmaram a versão de que John foi morto porque passou a vender drogas para a facção rival, o Comando Vermelho. Além disso, o fato de ele ser um traficante em ascensão e ter destaque no comércio de drogas e armas na região do Bairro Zé Pereira teria incomodado membros do PCC, que decidiram que ele seria submetido a ‘julgamento do crime’, que o sentenciou à morte e decapitação.

Seis homens são acusados de sequestrar e matar John Hudson depois de submetê-lo ao ‘tribunal do crime’. São eles Gabriel Rondon da Silva, Tiago Rodrigues de Souza, Wellington Felipe dos Santos Silva, os irmãos Leonardo Caio dos Santos Costa, Mackson Ferreira dos Santos e Eloinai Oliveira Emiliano. Todos os réus são apontados como integrantes do PCC. Na ocasião, apenas Eloinai e Tiago serão julgados.

Outro feminicídio será julgado no dia 21. O açougueiro Inácio Pessoa Rodrigues matou a esposa Luciana de Carvalho, de 45 anos, a facadas e dormiu com o corpo por cerca de quatro dias. Sempre que saía da residência trancava a casa para que ninguém percebesse nada. O corpo foi encontrado em decomposição na cozinha.

Quando Inácio foi preso, o celular da vítima foi encontrado em seu bolso. Uma testemunha contou aos policiais que há dias Luciana não mantinha contato e que nos fundos de sua casa foi percebido um mau cheiro. Inácio foi preso quando passava de bicicleta pela frente da residência. Ele ainda tentou fugir, mas foi perseguido e detido a 300 metros do local.

No dia 22, Danilo dos Santos Martins de Souza e Alexandro Silva Brito vão a julgamento por matar a pedradas Valdir de Souza de Oliveira por ciúmes de uma adolescente, no Bairro Vida Nova, região norte de Campo Grande.

Armado com uma faca, a vítima teria ido para cima dos dois acusados, que estavam com a garoto, mas foi desarmado e agredido a pedradas. “Matei o cara lá por sua causa”, teria dito um dos acusados à adolescente.

Ainda há outros julgamentos no mês por tentativa de feminicídio e até roubo.

No penúltimo dia de março, ocorre o julgamento da dupla acusada de matar o adolescente Wesner Moreira Silva, após introduzirem uma mangueira de ar no ânus da vítima. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital 11 dias depois. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.

Willian Enrique Larrea e Thiago Giovanni Demarco Sena serão julgados por homicídio seis anos após o crime. Os acusados alegam que o caso foi uma brincadeira mal sucedida.