Pular para o conteúdo
Polícia

Mãe fez declaração em rede social dois meses antes da filha morrer após maus-tratos

Mulher e o companheiro foram presos pelo crime em Campo Grande
Anna Gomes -

Mulher de 24 anos, mãe da menina de dois anos que morreu após ser espancada e supostamente estuprada, na Vila Nasser, em Campo Grande, costumava usar as para fazer declarações para a filha.

A série de abusos e agressões foi revelada na noite de quinta-feira (26), após a menina dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino já sem vida. Assim, mãe e padrasto da criança foram presos.

A mãe também tem mais uma filha de seis meses com o atual companheiro. Nas redes sociais, era comum a genitora postar fotos das meninas seguidas de declarações de amor.

“Minhas princesas”, diz a legenda de uma foto das duas crianças. “Se nada der certo na vida pelo menos filha linda eu fiz”, diz outra publicação.

Há aproximadamente 15 dias, a mulher chegou a compartilhar uma recordação da menina que morreu. Na foto, ela aparece abraçada com a criança, quando ela teria apenas pouco mais duas semanas de vida pela frente.

Depoimento

Em depoimento, a mulher disse que tinha medo de denunciar o atual companheiro. Ela ainda alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, de quem está separada, mas não relatou ter feito denúncia. 

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite de quarta-feira (25), com dores no estômago e vômito. No entanto, deu remédio para a criança, que teria melhorado.

Já na quinta-feira (26), a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas dores no estômago. Então, à tarde a menina dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. Assim, a mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar 10 minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos quatro horas.

Confirmou agressões

Também segundo a mulher, os hematomas encontrados na criança teriam sido causados pelo padrasto na última semana. Ela confirmou que o homem tinha hábito de agredir as crianças.

Ainda segundo ela, essas agressões seriam ‘corretivos’. A mulher ainda afirmou que o padrasto era quem dava banho na criança e que, quando chegava, a menina já estava de banho tomado e vestida.

Por fim, a presa disse que tinha medo de denunciar o companheiro porque ele ameaçava tirar a filha dela. Já o padrasto da menina, também preso, permaneceu em silêncio no depoimento.

Enquanto isso, o pai da criança foi ouvido como testemunha. Ele contou que buscava a filha para visitas e ela sempre tinha hematomas pelo corpo.

Por isso, registrou dois boletins de ocorrência por maus-tratos, em novembro de 2022 e dezembro de 2021. A mãe da criança é apontada como suspeita em um deles e está como autora em outro boletim. Tais registros foram feitos na DEPCA (Delegacia de à Criança e ao Adolescente).

O que foi observado na UPA?

Segundo o relato da médica, quando a criança chegou à unidade de saúde, ela já estava morta há pelo menos 4 horas com sinais de rigidez.

Além disso, havia hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Ainda segundo a médica, a mãe estava estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada.

Ainda nos exames feitos na UPA, foram constatados os sinais de estupro na criança. Com a chegada dos policiais, a mãe negou que tivesse levado a criança até a UPA já morta.

30 atendimentos médicos na ficha da criança

Também foi apurado pela polícia que a criança já tinha no histórico médico o registro de 30 atendimentos feitos e, em um deles, constava fratura de tíbia.

Presos, mãe e padrasto responderão pelo infanticídio e também são apurados os crimes de estupro de vulnerável e maus-tratos.

Vizinhos ouviam os choros

Choros constantes eram ouvidos da casa onde a pequena de dois anos vivia com a mãe, padrasto e irmão.

Uma vizinha contou ao Jornal Midiamax que, na semana anterior, encontrou com a menina e a mãe em um supermercado e tudo aparentava estar bem.

Ainda segundo a testemunha, ela ouvia o choro da criança que vinha da residência. Também outro vizinho afirmou que sempre a criança chorar, mas disse que “criança chora mesmo”.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
depac centro

Irmã é agredida após discussão sobre doação da casa da mãe em Campo Grande

indígenas

Entidades dos Povos Indígenas de MS são reconhecidas pelo Governo Federal

lula

Lula reafirma que guerra em Gaza é genocídio e que judeus são contra

pl da devastação

Manifestações denunciam retrocessos no ‘PL da Devastação’

Notícias mais lidas agora

Sophie é 1ª vítima de tragédia anunciada na Santa Casa de Campo Grande

corumba

Prefeito de Corumbá deve demitir ‘imediatamente’ servidores sem concurso, diz MP

mundial de clubes flamengo

Flamengo reassume liderança do Brasileirão e vai com moral elevada para o Mundial de Clubes

pf

Para transportar ‘primeiro escalão’, PF pede carros de graça em troca da visibilidade das marcas

Últimas Notícias

Esportes

Flamengo reassume liderança do Brasileirão e vai com moral elevada para o Mundial de Clubes

Primeira derrota do Palmeiras fora de casa no Brasileirão custou a liderança

Brasil

Pesquisa revela condições precárias do trabalho remoto no mundo

Pesquisadores e MPT cobram aplicação de regras mais claras

Brasil

Brasil e França devem fazer nova declaração climática visando a COP30

Lula terá extensa agenda em rara visita de Estado ao país

Polícia

Hacker pede 500 dólares em criptomoedas e ameaça expor ‘nudes’ de jovem em Campo Grande

Autor ainda tentou fazer empréstimo em banco digital no celular