Filho aguarda preso por julgamento após assassinar a própria mãe há um ano em MS
Matheus assassinou a mãe Marta Gouveia com 30 golpes de faca após ela sair para pedalar
Mirian Machado –
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Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, aguarda preso, por data a ser julgado pelo feminicídio da própria mãe, Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos. O crime aconteceu há um ano em Nova Andradina, cidade a 297 km de Campo Grande. Ele foi preso em Aquidauana dias depois.
O rapaz matou a mãe com 30 golpes de faca na cabeça e pescoço. Quando foi encontrada, às margens da MS-276, ela estava seminua. A polícia solicitou exames para saber se houve abuso, mas a delegada responsável pelo caso informou que como o processo corre em sigilo não pode informar o resultado.
O caso repercutiu bastante nas mídias e deixou a população surpresa ao descobrir que o autor do assassinato era o próprio filho, que nega o crime.
Ele chegou a ajudar nas buscas, inclusive fez passeio ciclístico em homenagem à mãe após a descoberta da morte.
Desaparecimento
Marta desapareceu dia 23 de janeiro quando resolveu sair para pedalar às 6h30. No celular do filho dela, a polícia encontrou conversas que auxiliaram nas investigações. Às 5h45, Marta mandou mensagem a uma amiga dizendo que iria pedalar e combinava um almoço.
A amiga acordou por volta das 7h45 e respondeu, mas as mensagens não chegaram. Na época, Marta estava sem pedalar há aproximadamente duas semanas e apenas a amiga e o filho sabiam que ela voltaria a praticar o esporte naquele dia.
Familiares e amigos compartilharam foto da vítima e também fizeram buscas onde ela costumava pedalar.
Encontrada
O corpo de Marta foi encontrado por um casal de amigos no fim da tarde, às margens da segunda alça do anel viário que liga a rodovia MS-276 com a MS-134, saída para Batayporã, em Nova Andradina. Foi constatado que Marta levou 30 golpes de objeto perfurante, sendo 24 no pescoço e 6 na região da cabeça.
Matheus já era suspeito do crime devido às atitudes durante os depoimentos.
Briga
Nos dias que antecederam o crime, 20 e 21 de janeiro, Matheus teria brigado com a mãe, que procurou uma irmã para contar sobre o ocorrido. A princípio, um dos motivos da briga seria que Marta queria se mudar de Nova Andradina e não levaria o filho, conforme o Jornal da Nova.
Pessoas que estiveram no velório de Marta relataram que o filho não demonstrava dor ou tristeza pela morte da mãe. Ao invés disso, ele estava sorridente, como se nada tivesse acontecido, o que também foi notado por familiares, mas que preferiram não comentar sobre o fato.
Em depoimento durante audiência de custódia, a qual teve a prisão convertida em preventiva, Matheus relatou que teria ido até a delegacia para registrar o desaparecimento da mãe, mas desistiu. Cerca de 6 horas depois, o corpo da mulher foi encontrado.
Ele chegou a dizer que sentiu aflição pela morte da mãe, mas mais pelos irmãos, pois ele já teria outros planos. Matheus queria servir o Exército em Aquidauana, mesmo local onde foi preso em 4 de fevereiro se alistando. Ele disse que a mãe queria mudar de cidade já que não conseguia emprego na área de técnica em enfermagem e trabalhava como cuidadora de um cadeirante. Segundo o acusado, a mãe pretendia se mudar para Maringá e todos iriam com ela.
No dia do desaparecimento, o rapaz contou que próximo do almoço chegou a ligar no Ciops para informar o desaparecimento, mas foi informado que deveria ir até uma delegacia.
Já na delegacia, quando soube que o corpo de uma mulher havia sido encontrado às margens da rodovia, soube que era de sua mãe e tentou quebrar o celular por aflição.
Posteriormente, o aparelho foi apreendido pela polícia. Ele disse que mãe era explosiva com os filhos.
Denúncia
Em março, o MPMS (Ministério Público Estadual) apresentou denúncia contra Matheus, que foi aceita pelo Poder Judiciário. Assim, ele se tornou réu por homicídio qualificado, com penas que vão de 12 a 30 anos, por motivo fútil, à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, bem como contra mulher, que se tornou feminicídio.
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