A escola onde estudava a menina de 7 anos, irmã da bebê de 4 meses que caiu do 3º andar do apartamento, em um residencial no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, já havia procurado o Conselho Tutelar por duas vezes devido às faltas na unidade escolar pela criança. A está em estado grave na

A primeira denúncia feita pela escola foi no dia 11 de novembro de 2022, onde era relatado sobre a evasão escolar já que a criança não estava realizando as atividades pedagógicas. A outra denúncia feita pela escola foi registrado no dia 17 de maio deste ano pelo mesmo fato. Os dois casos são anteriores ao nascimento da bebê que tem 4 meses.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o Conselho Tutelar Sul, mas não obtivemos resposta se a família estava sendo acompanhada. Também entramos em contato com a Prefeitura, através de email, e em resposta foi dito que nenhuma denúncia chegou a SAS (Secretaria de Assistência Social). Confira a nota na íntegra:

“A SAS informa que não consta em seu banco de dados qualquer registro de denúncia referente à bebê de 4 meses, nem mesmo sobre a mãe dela ou irmãos. Caso tenha havido denúncia, a mesma pode ter sido encaminhada ao Conselho Tutelar Sul, responsável pela região onde a menina reside. É preciso checar diretamente com os conselheiros.”

Mãe saiu para pagar dívida

Informações são de que a mãe das crianças havia saído do apartamento para pagar uma dívida e teria ido até a casa de uma amiga, que fica a três quadras do residencial. As crianças ficaram sozinhas por cerca de meia hora, segundo relato da mãe. Na delegacia, ela disse que não tinha costume de deixar os filhos sozinhos. 

No grupo do condomínio, a mãe publicou uma vaga para babá onde tinha vários requisitos para o cuidado com os filhos como: criar um ambiente seguro e estimulante para as crianças, experiência comprovada em cuidados infantis, capacidade de estabelecer limites e regras, habilidade para lidar com situações inesperada com calma, preparar refeições saudáveis.

A antiga babá contou ao Jornal Midiamax, que a mãe das crianças passava muita dificuldade e era sozinha, e por isso, cobrava um valor baixo para cuidar da menina de 7 anos e do menino de 3 anos. Segundo a babá, a mãe trabalha na de Campo Grande, e que às vezes adiantava o horário para deixar as crianças com ela por causa do trabalho.

Ela ainda disse que a menina de 7 anos cuidava do irmão mais novo, até na troca de fraldas e roupas. Uma moradora falou que a mãe sempre cuidou muito bem dos filhos.

Uma moradora do residencial, Marilete Nunes Loureiro, de 57 anos, aposentada, contou que todos no residencial estão abalados. Ela disse que a mãe estava procurando por uma babá, mas ninguém se interessava pelo trabalho.

A moradora ainda falou que deveria ser cobrado pelo síndico o uso de telas nas janelas dos apartamentos, e que nem todos os apartamentos possuem telas. 

Irmã tentava acalmar bebê

A criança de 7 anos que estava cuidando da irmã de 4 meses, que caiu da janela de um apartamento, tentava acalmá-la quando aconteceu a queda.  Além da menina e da bebê de 4 meses, uma terceira criança de 3 anos também estava na casa. Nenhum adulto estava na residência. Não se sabe se o pai morava com a mãe. A mulher está presa por abandono de incapaz.

Segundo disse ao Jornal Midiamax o delegado Gabriel Desterro, que atendeu o caso, a menina contou que a bebê estava agitada e ela teria ido até a janela para mostrar o movimento da rua para a irmã. O apartamento fica no 3º andar, a cerca de 15 metros de altura. A menina teve de subir na cama e, nesse momento, a bebê empurrou com os pés a irmã de forma brusca.

Com isso, a menina de 7 anos acabou se desequilibrando e a bebê caindo da janela do apartamento. A mãe das crianças continua presa e na delegacia negou que deixasse os filhos com frequência sozinhos. Segundo o delegado, o apartamento estava insalubre, muito sujo, com fezes no ambiente e louças para lavar.

Não havia proteção na janela de onde a bebê caiu. A criança foi socorrida e levada para a Santa Casa e o estado de saúde é grave. As crianças foram entregues para o Conselho Tutelar. Inicialmente o caso será registrado como abandono de incapaz.