Pular para o conteúdo
Polícia

Fim da licença maternidade: mãe de bebê que caiu do 3º andar procurava babá para ‘ambiente seguro’

Bebê está internada em estado grave na Santa Casa e mãe presa por abandono de incapaz
Thatiana Melo, Schimene Weber -
Criança caiu do terceiro andar de apartamento (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Com o fim da licença maternidade, a mãe da bebê de 4 meses que caiu do 3º andar do apartamento, no bairro Aero Rancho, em , na noite desta terça-feira (12), procurava por uma babá para cuidar dos três filhos. A está internada em estado grave na e a mãe presa por abandono de incapaz.

No grupo de do condomínio, a mãe publicou recentemente uma vaga em busca de babá. Ela citou vários requisitos para escolher a profissional que cuidaria dos três filhos: criar um ambiente seguro e estimulante para as crianças, experiência comprovada em cuidados infantis, capacidade de estabelecer limites e regras, habilidade para lidar com situações inesperada com calma, preparar refeições saudáveis.

Funcionária de uma empresa da Feira Central de Campo Grande, a mãe buscava uma babá para trabalhar das 15h às 00h30. Segundo vizinhos, a mulher vivia sozinha com as crianças, não há informações sobre o pai. No momento do acidente, não havia nenhum adulto no apartamento e, por isso, a mãe foi presa por abandono de incapaz.

Pela legislação brasileira, as mães que trabalham com carteira assinada têm direito a 4 meses de licença maternidade. Servidoras públicas tem direito a um período maior de afastamento do serviço: 6 meses.

Projetos para ampliar o prazo de licença maternidade visando, principalmente, famílias com baixo poder aquisitivo que não têm como custear babás ou escolas para cuidar das crianças já tramitaram no Congresso Nacional, mas até hoje o prazo de 4 meses segue em vigor no .

Criança caiu do 3º andar (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Antiga babá diz que mãe sempre cuidou dos filhos

A antiga babá que cuidou dos filhos de 7 e 3 anos da mulher até o nascimento da bebê, em julho deste ano, contou ao Jornal Midiamax que a mãe das crianças passava muita dificuldade e era sozinha, e por isso, cobrava um valor baixo para cuidar das crianças.

Segundo a babá, a mãe trabalha na Feira Central de Campo Grande e às vezes adiantava o horário para deixar as crianças com ela por causa do trabalho. Ela ainda disse que a menina de 7 anos cuidava do irmão mais novo, até na troca de fraldas e roupas. Uma moradora falou que a mãe sempre cuidou muito bem dos filhos.

Uma moradora do residencial, Marilete Nunes Loureiro, de 57 anos, aposentada, contou que todos no residencial estão abalados. Ela disse que a mãe estava procurando por uma babá, mas ninguém se interessava pelo trabalho.

A moradora ainda falou que deveria ser cobrado pelo síndico o uso de telas nas janelas dos apartamentos, e que nem todos os apartamentos possuem telas. 

O síndico do local, Daniel Bignardi, falou que havia sido aprovado em assembleia no residencial a padronização de colocação e telas nas janelas, mas que os moradores não eram obrigados a fazer a instalação já que demandava do poder aquisitivo de cada família e que ele não podia obrigar a fazer a instalação. 

Irmã tentava acalmar bebê

A criança de 7 anos que estava cuidando da irmã de 4 meses, que caiu da janela de um apartamento, no condomínio CH8 no Aero Rancho, em Campo Grande, tentava acalmá-la quando aconteceu a queda.  A mãe das crianças continua presa, na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Cepol, desde a noite desta terça-feira (12).

Além da menina e da bebê de 4 meses, uma terceira criança de 3 anos também estava na casa. Nenhum adulto estava na residência. Não se sabe se o pai morava com a mãe. A mulher está presa por abandono de incapaz.

Segundo disse ao Jornal Midiamax o delegado Gabriel Desterro, que atendeu o caso, a menina contou que a bebê estava agitada e ela teria ido até a janela para mostrar o movimento da rua para a irmã. O apartamento fica no 3º andar, a cerca de 15 metros de altura. A menina teve de subir na cama e, nesse momento, a bebê empurrou com os pés a irmã de forma brusca.

Com isso, a menina de 7 anos acabou se desequilibrando e a bebê caindo da janela do apartamento. A mãe das crianças continua presa e na delegacia negou que deixasse os filhos com frequência sozinhos. Segundo o delegado, o apartamento estava insalubre, muito sujo, com fezes no ambiente e louças para lavar.

Não havia proteção na janela de onde a bebê caiu. A criança foi socorrida e levada para a Santa Casa e o estado de saúde é grave. As crianças foram entregues para o Conselho Tutelar. Inicialmente o caso será registrado como abandono de incapaz. 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados