A Justiça negou a liberdade para a enteada que matou o padrasto,  Salomão Raimundo de Souza, de 65 anos, na noite do dia 18 de setembro, no bairro Vespasiano Martins, em Campo Grande.  No dia do crime, ela revelou aos policiais que atenderam à ocorrência que matou o padrasto por ser estuprada constantemente pelo homem.

A defesa pediu pela prisão domiciliar e alegou que ela acabou perdendo o que esperava na cadeia e tem outro filho de 2 anos. Também foi feito o pedido de medidas cautelares, mas a Justiça negou a liberdade, no dia 11 deste mês.

“Presentes, ainda, indícios de autoria e materialidade, já tendo sido oferecida a peça acusatória pelo Ministério Público, bem como o periculum libertatis, consistente na necessidade de se resguardar a ordem pública, para a conveniência da instrução criminal, bem como para assegurar a aplicação da lei penal.”, disse a decisão.

Estupro discussão e morte

Logo após o crime e a chegada dos policiais a casa, ela contou que está grávida e que era estuprada pelo padrasto que a deixava morar na residência para cometer os abusos, e que a mãe sabia do que ocorria na casa. A mulher ainda detalhou o que aconteceu momentos antes de matar com três facadas Salomão, que foi atingido na axila e com duas facadas na costela.

A autora falou que na noite do crime foi até a casa de sua mãe que fica ao lado por estar com muita dor, já que estava grávida. O padrasto, segundo ela, não quis dar as chaves da porteira para ela e ainda teria dito: “Você acha que sou corno igual seu marido.” 

O foi ao banheiro para tomar banho e a mulher foi atrás e os dois começaram a discutir. Salomão teria pegado um rodo e desferido golpes contra a enteada, que buscou uma faca e desferiu três facadas contra o padrasto, que foi encontrado nu caído no chão, já sem vida, em volta de uma poça de sangue.

A autora ficou no local à espera da polícia e do socorro. A faca usada no crime foi apreendida. A mãe da autora disse que desconhecia os estupros cometidos pelo marido contra a filha. O marido da autora disse ter visto uma primeira discussão entre a esposa e Salomão.

Ele ainda afirmou ter visto a esposa com uma nas mãos e depois Salomão morto. O caso foi registrado como homicídio simples.