O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (2), traz um alerta para o aumento da incidência e mortalidade de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por conta da maior circulação do VSR (Vírus Sincicial Respiratório).

De acordo com o documento, o número já supera as mortes associadas à covid-19 nessa faixa etária. Além disso, outros vírus respiratórios que se mantêm com alta incidência de SRAG na população até 2 anos são a covid-19 e o rinovírus.

O boletim aponta manutenção do aumento do número de casos de SRAG no país. O atual cenário é reflexo do crescimento de casos de VSR e também de influenza em diversas regiões.

Além de Mato Grosso do Sul, outros 21 estados apresentam crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo: Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Em relação aos casos de SRAG por Covid-19, se mantêm o sinal de queda nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nas demais regiões, os indícios são de estabilidade em patamares relativamente baixos. O cenário atual do aumento de SRAG no país é decorrência fundamentalmente dos vírus VSR, influenza A e rinovírus.

Entre as capitais, 19 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG, incluindo Campo Grande: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Plano Piloto e arredores de Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).

Uso de máscara e vacina

Diante desse quadro epidemiológico, a vacinação é fundamental, destaca o pesquisador do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes.

“É muito importante que a população busque, em particular, se vacinar contra a influenza, que está com campanha aberta, ampliada nacionalmente pelo Ministério da Saúde para todas as faixas etárias. Mas como não é o único vírus respiratório que está com grande circulação, só a vacina da gripe não vai resolver todos os problemas”, diz.

“Ela vai ajudar, obviamente, a diminuir essas internações especificamente associadas ao vírus. Por isso, o uso de boas máscaras também é um aliado extremamente fundamental, especialmente para quem tiver indo para unidade de saúde, e também a pessoa que estiver com sintomas de infecção respiratória”, acrescenta.

O pesquisador também reforça a importância do uso de boas máscaras (N95, KN95 e PFF2) para quem apresenta sintomas de resfriado. Elas ajudam a diminuir o risco de transmissão para outras pessoas. “Faça repouso, faça o isolamento, porque isso também vai ajudar não só na sua própria recuperação, como também diminuir a exposição do restante da população”, aconselha Marcelo Gomes.