Minutos antes de prestar depoimento na 3ª Delegacia de Polícia Civil e ainda com ferimentos, Lucas Rodrigues Mariano, de 23 anos, contou na tarde desta quarta-feira (1º) ao Jornal Midiamax, o que se lembra do dia em que foi atingido de propósito com uma caminhonete, após briga no trânsito.

Segundo Lucas, realmente houve uma discussão. “Só lembro da discussão que a gente teve. Ele tinha me fechado. Eu só falei ‘Você me fechou ali atrás’, aí ele me xingou, mas não lembro do que”, explicou.

Ainda segundo o jovem, após a troca de argumentos, o sinal do semáforo abriu e ele seguiu em frente, já que iria resolver coisas do serviço, pois estava durante expediente.

“Não reparei ele me seguindo, aí ele me fechou de novo, cai e bati a cabeça”, contou.

O rapaz chegou na delegacia acompanhado do pai, para prestar depoimento.

O acidente aconteceu na tarde do dia 3 de janeiro, na Avenida Nelly Martins, em Campo Grande. O motorista da caminhonete foi ouvido no dia seguinte e alegou que não percebeu o acidente. O veículo passou por perícia.

Lucas chegou a ficar em estado grave, inclusive foi submetido a ficar em coma, por conta de um inchaço no cérebro.

Moto ficou danificada às margens da pista (Foto: Nathália Alcântara / Midiamax)

Família e população criticam tipificação de crime

“Foi covardia, uma tentativa de homicídio”, disse Lilian Mariano, mãe do motociclista. O autor do atropelamento foi indiciado por lesão corporal de natureza grave.

Lilian conversou com o Jornal Midiamax, em tom de revolta, sobre crime contra seu filho. Ela disse que o rapaz foi arrastado por cerca de 50 metros e que era impossível o motorista da Hilux não ter visto a vítima.

“Uma camionete contra uma motocicleta. Uma covardia, o que aconteceu foi uma tentativa de homicídio”, disse Lilian.

Para ela, ‘tentaram amenizar para o condutor da Hilux’, já que pelas imagens parece ter sido intencional o atropelamento. “É muita cara de pau falar que não viu meu filho”, disse a mulher.

(Reprodução de câmeras de segurança)

Defesa do motorista da Hilux

O advogado de defesa do rapaz que estava dirigindo a Hilux, Júlio César Souza, disse ao Jornal Midiamax que o seu cliente estava levando a namorada em casa e que sempre faz o mesmo caminho. Ainda segundo Júlio, a caminhonete passou por perícia e não havia sinais de avarias que indicassem um acidente. O veículo já foi liberado.

Ainda segundo o advogado, o rapaz estaria entre 60 e 70 km/h e trocou de faixa para poder fazer uma conversão, não vendo o motociclista e nem sentindo impacto algum na caminhonete. “A família ficou assustada quando viram as imagens na mídia, e só aí perceberam o acidente”, disse o advogado. 

Tanto pai como filho prestaram depoimento na delegacia, sendo ouvidos e liberados em seguida.