Polícia não descarta investigar como tentativa de homicídio acidente que deixou jovem em coma
Hilux atropelou motociclista na Nelly Martins; ele está em estado grave
Thatiana Melo –
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A Polícia Civil não descarta a possibilidade de mudança na tipificação de lesão corporal de natureza grave para homicídio na forma tentada na investigação sobre o caso do motociclista atropelado por uma camionete Hilux, na Avenida Nelly Martins, em Campo Grande, na última terça-feira (3).
O jovem está internado em estado grave e será mantido em coma induzido por pelo menos mais quatro dias, até que inchaço no cérebro diminua.
Segundo o delegado Gabriel Desterro que atendeu o caso, “a tipificação delitiva decorre de uma apreciação técnica dos elementos coligidos até o momento. Não impede posteriormente a mudança durante a investigação e tampouco vincula o Ministério Público por ocasião de uma eventual denúncia”.
Ainda segundo o delegado, no dia dos fatos, a lesão corporal dolosa estava comprovada, inclusive com a qualificadora referente ao perigo de vida à vítima. A qualificadora pode resultar em uma pena de até cinco anos de prisão.
“Para efeito de indiciamento, neste momento inicial da apuração, não faria qualquer diferença na capitulação entre homicídio tentado ou lesão grave”, segundo Desterro. Ainda segundo o delegado, o motorista da camionete desequilibrou o motociclista, de forma aparentemente intencional, porém não acertou em cheio ou passou por cima.
O carro não apresentou avarias, mas o delegado afirma que “não diminui a gravidade da conduta, trata-se de uma constatação estritamente técnica que, repito, pode vir a mudar durante a investigação”. Desterro ainda disse que deverá ser ouvida uma testemunha que viu os dois no trânsito, e poderá confirmar ou não se houve uma briga anterior entre eles.
O quadro clínico do rapaz é estável, mas ainda grave. Ele sofreu traumatismo craniano e fratura na clavícula. Ainda segundo o boletim médico informado à família, os médicos manterão o paciente mais quatro dias em como induzido para que o cérebro desinche. O rapaz está respirando com ajuda de aparelhos.
Família e população criticam tipificação de crime
“Foi covardia, uma tentativa de homicídio”, disse Lilian Mariano, mãe do motociclista. O autor do atropelamento foi indiciado por lesão corporal de natureza grave.
Lilian conversou com o Jornal Midiamax, em tom de revolta, sobre crime contra seu filho. Ela disse que o rapaz foi arrastado por cerca de 50 metros e que era impossível o motorista da Hilux não ter visto a vítima.
“Uma camionete contra uma motocicleta. Uma covardia, o que aconteceu foi uma tentativa de homicídio”, disse Lilian.
Para ela, ‘tentaram amenizar para o condutor da Hilux’, já que pelas imagens parece ter sido intencional o atropelamento. “É muita cara de pau falar que não viu meu filho”, disse a mulher.
Com a postagem da matéria nas redes sociais do Midiamax com a informação de que o crime havia sido tipificado como lesão corporal, muitos leitores ficaram revoltados com o fato.
Um dos leitores comentou: “Lesão corporal meu **, isso aí é tentativa de homicídio, divulga o nome do playboy aí que vocês vão ver o que é lesão corporal”. Outro comentário diz: “E senhora na justiça não dá nada pra ele n hoje em dia vivemos em um mundo sem lei aí vai da família neh da senhora que na justiça pra ele não dá nada”.
Outro comentário faz menção ao fato do rapaz ter sobrenome influente na sociedade: “Mais um que comete crime e será protegido pq tem dinheiro aff”. Outro fala da impunidade: “Infelizmente mais um que vai ficar impune por que o dinheiro compra a justiça filhinho de papai mimado acha que pode tudo pra ele a vida dos outros é lixo”.
Defesa do motorista da Hilux
O advogado de defesa do rapaz que estava dirigindo a Hilux, Júlio César Souza, disse ao Jornal Midiamax que o seu cliente estava levando a namorada em casa e que sempre faz o mesmo caminho. Ainda segundo Júlio, a camionete passou por perícia e não havia sinais de avarias que indicassem um acidente. O veículo já foi liberado.
Ainda segundo o advogado, o rapaz estaria entre 60 e 70 km/h e trocou de faixa para poder fazer uma conversão, não vendo o motociclista e nem sentindo impacto algum na camionete. “A família ficou assustada quando viram as imagens na mídia, e só aí perceberam o acidente”, disse o advogado.
Tanto pai como filho prestaram depoimento na delegacia, sendo ouvidos e liberados em seguida.
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